Atraídos pela filha Catarina, que desde fevereiro reside em solo gaúcho por conta de um intercâmbio universitário, o administrador de empresas alemão Richard Both e a mulher, Bárbara, visitaram o Acampamento Farroupilha na tarde de ontem. E ficaram muito impressionados com o que viram.
De cara, foram recepcionados com um almoço campeiro, onde foi servido carne de panela com aipim (a vaca atolada) e carreteiro de charque. Como bom alemão, Richard pediu uma cerveja gelada para acompanhar o menu e amenizar o calor.
- Porto Alegre é uma cidade linda, grande, bem urbanizada, mas quando entrei no parque, esqueci completamente dos prédios. Parecia que estava em outro lugar. Impressionante como conseguem reproduzir a cultura do campo - diz Richard, admirado.
Dentre tantas particularidades, o que mais chamou atenção foram as casas de madeira, com detalhes que diferenciam uma da outra. Impressionou também pelo risco de incêndio. A hospitalidade despretensiosa, que para alguns dá ares de indiferença, é a marca que o gaúcho deveria conservar, na visão de Both, se quiser agradar os turistas no próximo ano.
- Aqui, se nota as pessoas fazendo de coração, porque gostam de manter as tradições - acrescenta o visitante.
Por prudência e segurança, o uso de facas embainhadas na guaiaca dos gaúchos seria um hábito impossível de reproduzir na Alemanha porque, para ter porte de armas como essas, a pessoa precisa de uma permissão oficial.
Argentino ficou impressionado com o acolhimento do gaúcho
Presente no parque para fazer um documentário para um canal de televisão argentina, Franco Vilche diz nunca ter visto nada igual. Embora compartilhe a cultura gaúcha em Buenos Aires, sentiu-se impressionado com o acolhimento afetuoso dos gaúchos.
Também foi assim com um estudante canadense, que faz intercâmbio na UFRGS e prefere não se identificar. Ele notou que a interação entre as pessoas no parque tem mais calor humano do que no resto da cidade, o que o fez se sentir mais relaxado.
Ideias de turistas ao Acampamento Farroupilha para a Copa do Mundo
TRANSPORTE: Uma linha especial de ônibus que passe em áreas centrais da cidade e tenha como destino o acampamento ajudaria a desafogar os estacionamentos e a quantidade de carros. Outra ideia seria criar estacionamento em área afastada, onde haveria condução especial.
SEGURANÇA: Atuar de forma mais preventiva do que ostensiva para evitar confusão, dentro ou fora do parque. Outra ideia é investir na presença de mais policiais à paisana.
INFORMAÇÕES: Um guia rápido sobre o tradicionalismo, explicando os principais símbolos da cultura gaúcha, como a indumentária, a dança, a história da Revolução Farroupilha, o chimarrão e o churrasco, em vários idiomas, facilitaria a vida de quem aterrissa pela primeira vez no Rio Grande do Sul e vai parar no Acampamento Farroupilha. Outra sugestão seria a colocação de placas em vários idiomas e guias poliglotas também facilitariam a vida dos estrangeiros.
INVESTIMENTOS: Os protestos que ocorrem no país às vésperas da Copa preocuparam os europeus. Segundo Richard Both, o que mais se comentou é que o governo está colocando dinheiro no lugar errado.
BICICLETÁRIOS: Colocar bicicletários nas entradas do parque e perto dos piquetes como forma de estimular que os visitantes deixem o carro em casa e adotem uma forma de transporte que ocupe menos espaço e não polua o ambiente.
Filtro gringo
Estrangeiros visitam Acampamento Farroupilha e dão sugestões para Copa do Mundo
Dentre as ideias está a criação de uma linha especial de ônibus que passe em áreas centrais da Capital
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