A partir do mês de setembro, o trânsito ficará mais seguro para os motoristas que trafegam pela RS-287, principal ligação da região metropolitana de Porto Alegre com a região central do Estado. Até o final de agosto, entram em operação duas lombadas eletrônicas e sete radares fixos, conhecidos popularmente como pardais. A instalação dos equipamentos integra um conjunto de melhorias que marca os dois anos de concessão para o grupo espanhol Sacyr.
Instalados em pontos fixos ao longo da rodovia, os controladores têm a função de flagrar veículos que trafegam acima da velocidade permitida. Os pontos escolhidos para a instalação são, majoritariamente, próximos aos centros urbanos. Quem não respeitar o limite permitido — que varia entre 50 km/h, 60 km/h e 80 km/h — estará sujeito a multa.
A penalidade pode ser de R$ 130,16 (até 20% acima do limite), de R$ 195,23 (de 20 a 50%) e de R$ 880,41 (acima de 50%). Neste último caso, a penalidade virá combinada com a suspensão do direito de dirigir.
Os novos radares e lombadas estão sendo instalados pela concessionária Rota de Santa Maria, ligada à Sacyr, que assumiu a gestão da rodovia no final de agosto de 2021 e é responsável pela duplicação, pela manutenção da estrada e pela cobrança de pedágio.
Hoje, há três pardais ao longo da estrada, operados pelo Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer), que serão desativados até o final de agosto.
De acordo com o gerente de operações da Rota de Santa Maria, Ricardo Abreu, a localização foi escolhida a partir de um estudo técnico que levou em conta as características da rodovia e os pontos considerados mais críticos para o risco de acidentes.
Os locais também foram aprovados pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), que é responsável por fiscalizar o contrato de concessão.
— Mesmo com a rodovia concedida, quem executa as infrações é o Daer. Quem vai receber toda a informação da tecnologia que a concessionária está colocando é o Daer, e ele é que vai realizar as sanções — explica Abreu.
Para o presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede/VRP), Heitor Petry, os equipamentos são necessários para manter a educação no trânsito. Ele pondera, entretanto, que os radares precisam estar devidamente identificados:
— Os pontos devem ser bem identificados, sinalizados e dentro das regras, para que possam ter um sentido educativo e de controle do trânsito, não apenas pensados simplesmente para arrecadar.
Petry diz também que os usuários da RS-287 têm expectativa de que os limites de velocidade sejam ampliados no futuro, de acordo com o avanço da duplicação.
Onde serão os novos controladores
OBS: Até o fim do mês, serão desativados três radares operados pelo Daer. Eles ficam nos quilômetros 113 (Vera Cruz), 135 (Candelária) e 166 (Novo Cabrais).
Pacote de melhorias
Além dos controladores de velocidade, a Rota de Santa Maria está implementando um conjunto de melhorias na rodovia. As intervenções, previstas no contrato de concessão, demandaram um investimento de cerca de R$ 36 milhões.
Uma das novidades é o sistema de monitoramento com mais de 270 câmeras espalhadas pela RS-287, com comunicação por fibra óptica. Os equipamentos contam com tecnologia de visão noturna e devem identificar automaticamente quando algum usuário precisar de ajuda. As imagens captadas serão transmitidas para o centro de controle operacional da via, que fica em Santa Cruz do Sul, e ficarão armazenadas por 30 dias.
Ainda foram instalados cinco painéis de mensagens variáveis fixos (PMVs), que vão alertar usuários sobre acidentes, sinalizar interdições e orientar sobre a necessidade de redução de velocidade ou maior cuidado em algum trecho específico.
Já em fase de testes, esses indicadores ficam nos quilômetros 31 (Tabaí), 79 (Venâncio Aires), 98 (Santa Cruz do Sul), 143 (Candelária) e 225 (Santa Maria), e se somam aos quatro painéis móveis, que podem ser deslocados ao longo dos 204 quilômetros do trecho.
Outra novidade será a instalação de 21 equipamentos de análise de tráfego ao longo da RS-287, capazes de medir a velocidade dos veículos e a densidade por intervalo de tempo — três deles também terão sensores adicionais para pesagem em movimento. Com as informações, a concessionária poderá avaliar a causa de problemas estruturais da rodovia e identificar pontos nos quais é preciso intervir para melhorar o tráfego.
— Em dias de feriado, por exemplo, vamos conseguir saber onde começa a movimentação na rodovia e onde tem locais mais carregados, e poder informar o usuário para que tenha maiores cuidados nesses trechos e saiba qual o melhor horário para viajar — diz Ricardo Abreu, da Rota de Santa Maria.
Atualmente, as informações sobre a rodovia são divulgadas nas redes sociais da concessionária, sobretudo pelo X, antigo Twitter, no usuário @rotadesm.
Conselho de usuários
Empresários e os líderes políticos de cidades cortadas pela rodovia aguardam a formalização do Conselho de Usuários da RS-287, que reunirá representantes de diferentes setores e será responsável pela interlocução com o governo do Estado e com a concessionária a respeito das intervenções na estrada.
— Estamos na expectativa para implantação do conselho, não para criar caso, mas para levar adiante o sentimento, as percepções e a situação dos usuários — diz Heitor Petry, do Corede do Vale do Rio Pardo.
Segundo ele, atualmente, atualmente, a principal queixa dos motoristas é a interrupção frequente no trânsito para as obras de recuperação da pista.
Consultada, a Secretaria de Parcerias e Concessões do Estado (Separ) informou que aguarda a indicação dos membros que farão parte do conselho pelas entidades representativas, cujo prazo vai até a próxima sexta-feira (11). Todos eles serão de instituições ou organizações da região abrangida pela concessão.
"Ao todo, são 11 representantes, com membros indicados pela Famurs, associação de usuários de rodovias, sindicato dos trabalhadores em transportes, entidade representativa da indústria, do comércio, sindicato dos transportadores de carga, de transportadores do transporte coletivo e passageiro, setor agrícola e três membros do Coredes", informou a Separ.