O Coletivo "Kiss: que não se repita" continua com o projeto Tempo Perdido, que simula como estariam as fisionomias de oito vítimas da tragédia da boate Kiss uma década depois. O incêndio que matou 242 pessoas e feriu mais de 600 aconteceu em 27 de janeiro de 2013.
Nos últimos dias, mais três imagens comparativas foram divulgadas nas redes sociais da entidade. As vítimas recordadas foram Heitor Santos Oliveira Teixeira, que tinha 24 anos, Melissa Amaral Dalforno, 19, e Augusto Cezar Neves, 19. Já haviam sido publicadas as simulações de Letícia Vanconcellos, Lucas Dias de Oliveira e Thanise Corrêa.
Ainda restam mais duas pessoas a serem retratadas até o dia 27, data em que a tragédia completa 10 anos e quando todas as oito vítimas terão as fotos das simulações divulgadas em um evento na Praça Saldanha Marinho.
O projeto
As oito projeções foram feitas com autorização das famílias das vítimas. Conforme os responsáveis pelo projeto, o objetivo é trazer conforto e amor. Sete das vítimas retratadas eram de Santa Maria e uma de São Gabriel. Serão quatro homens e quatro mulheres. Também serão impressas fotos do trabalho, que serão entregues às oito famílias em uma caixa personalizada.
Em 27 de janeiro, o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, na região central do RS, completa 10 anos.
As histórias
Heitor Santos Oliveira Teixeira estava na reta final do curso de Economia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Estava no penúltimo semestre. Junto de um amigo, estava empreendendo, com um bar em Porto Alegre. O negócio ia bem e Teixeira pretendia se mudar para a Capital.
Ele foi até a Kiss por volta da 1h30min daquele dia 27 para entregar documentos a promoters da casa noturna por conta de um trabalho que ele estava fazendo. Heitor já havia saído de dentro da boate quando o incêndio começou. No entanto, retornou ao interior da Kiss para ajudar amigos e não conseguiu mais sair.
Também estudante da UFSM, a jovem Melissa Amaral Dalforno cursava o 2º semestre de Tecnologia dos Alimentos. Natural de São Gabriel, na Fronteira Oeste, ela não costumava sair em Santa Maria. Na semana anterior ao incêndio, Melissa estava na cidade natal e prometeu que voltaria na semana seguinte, para comemorar o aniversário da mãe, Mara.
Acadêmico do curso de Ciências da Computação, Augusto Cezar Neves era o orgulho dos pais Maria Aparecida, a Cida, e Cezar. Augusto era gremista e músico. No violão e na guitarra, gostava de tocar rock e música gospel. Os instrumentos foram retirados de dentro do armário dele no dia da tragédia e deixados à vista, no quarto, que segue do mesmo jeito que ele deixou naquele dia 26.