A diretora-geral do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS), Tatiana Razzolini Breyer, conversou com a Rádio Gaúcha sobre a campanha de revitalização do prédio do hospital e demandas de atendimento nesta época do ano. Tatiana deu entrevista ao programa Gaúcha Atualidade na manhã desta terça-feira (31).
A diretora do HPS afirmou que o projeto de revitalização vem sendo planejado há dois anos:
— Fizemos um estudo para ver qual de fato é a necessidade de reforma, o que iremos fazer primeiro. Sem dúvida nenhuma, eu afirmo que a prioridade é a cobertura do telhado e a impermeabilização da laje que cobre o hospital. As engenharias (da época da construção) não previam instalação de uma laje que cobrisse toda a cobertura, tem lugares que não têm cobertura e isso acaba fazendo com que a água penetre. Temos que refazer e isso é o nosso primeiro passo, tirar a infiltração da chuva das últimas décadas, no quinto andar é possível visualizar onde tem infiltração e isso do ponto de vista da saúde é inadmissível.
Segundo a diretora, a arquitetura do prédio de 75 anos será preservada. A prioridade da reforma é a área estrutural, onde ocorre o atendimento a pacientes:
— Essa revitalização do telhado passou por vários estudos e agora estamos com o projeto executivo para sair. Isso significa que tem de passar por todo um processo de licitação. Imaginamos que em 90 dias conseguiremos fazer essa troca do telhado e impermeabilização da laje. Agora no início de janeiro iremos pedir orçamentos para algumas empresas que possam executar a obra.
Em outubro deste ano, ainda durante a gestão do médico Amarílio Macedo, o hospital lançou o Movimento de Revitalização do HPS, com o objetivo de arrecadar dinheiro para viabilizar as obras necessárias na unidade de saúde. Segundo Tatiana, parte dos recursos das obras previstas para o ano que vem vieram da campanha:
— Parte destes recursos arrecadados da campanha Doe HPS, um jantar que foi realizado e a arrecadação que foi feita vai ser o suficiente para trocar esse telhado.
Desde o seu lançamento, a campanha já arrecadou cerca de R$ 300 mil. Tatiana explica que, para realizar uma revitalização completa e ampliar o número de leitos do hospital seriam necessários cerca de R$ 24 milhões.
Sobre o fluxo de trabalho da unidade nesta época do ano, a enfermeira ressaltou que, nos últimos anos, o atendimento de acidentes com fogos de artifício tem diminuído na unidade:
— Realizamos levantamento para esse tipo de acidente desde 2008. Graças a Deus este número (de feridos) vem caindo. As pessoas estão tomando cada vez mais cuidado com a manipulação de foguetes, isso está sendo culturalmente modificado com todas as campanhas que o hospital tem feito com a mídia. Em 2018, na noite de 24 de dezembro, não tivemos nenhum registro, este ano também não. Na virada do dia 31 para o dia 1º historicamente temos um número maior de pessoas feridas. No ano passado atendemos sete pessoas na virada do ano novo. Chegamos a ter 25, 30 por noite em datas festivas.
De acordo com a diretora-geral, cerca de 200 funcionários estarão trabalhando durante a virada o ano. Ela explica que, apesar da migração temporária da população para o litoral durante este período, o número de atendimentos ainda preocupa:
— O que acontece é que no verão as pessoas estão mais expostas na rua têm mais probabilidade de sofrer danos. O Hospital de Pronto Socorro tem o objetivo de atender traumas, ainda que atenda pacientes clínicos em algumas especialidades, mas a nossa grande missão é atender trauma. Tem mais acidentes de trânsito sim no verão. Nessa época diminui um pouco em função da migração das pessoas para o litoral, muitos porto-alegrenses vão para as praias. A nossa taxa de ocupação no mês de dezembro está um pouco menor, mas ainda é preocupante, o que acontece é que nestes dias (30,31, 1º) o movimento é maior se comparado com os outros dias da mesma semana em outras épocas do ano.