Encerra-se oficialmente neste domingo (31) o acordo de cooperação de assistência e acolhimento aos venezuelanos com três prefeituras da Região Metropolitana de Porto Alegre. A decisão partiu da União e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur/ONU). Cachoeirinha, Canoas e Esteio finalizaram nesta semana o atendimento nos centros temporários de acolhimento.
O convênio com o Acnur/ONU para dar abrigo aos imigrantes encaminhados aos municípios gaúchos no processo de interiorização coordenado pelo então Ministério do Desenvolvimento Social (hoje ligado ao Ministério da Cidadania) tinha um prazo de seis meses, completados em março. Com isso, a Acnur não repassará mais, como fez desde setembro do ano passado, os valores para o pagamento do aluguel dos dois prédios onde os venezuelanos foram alojados desde a chegada.
Em Esteio, a prefeitura promoverá neste domingo (31) uma cerimônia para marcar o encerramento da operação que acolheu 221 refugiados. A atividade ocorrerá a partir das 10h, no Abrigo 1 (Rua Senador Salgado Filho, 2174, no Bairro Tamandaré), onde 125 venezuelanos ficaram hospedados nos últimos seis meses. Em outro abrigo, 96 pessoas ficaram acomodadas.
A prefeitura garante que continuará acompanhando os refugiados. O cuidado social, que recebe recursos do convênio com o Ministério da Cidadania, continuará sendo realizado, com medidas que envolvem, por exemplo, o atendimento na rede de assistência social, apoio à inserção no mercado de trabalho e aulas de português. Do grupo que vive em Esteio, 12 venezuelanos se cadastraram no Conta Comigo e já participam de ações voluntárias no município.
Em Cachoeirinha, o abrigo destinado aos refugiados foi desativado neste sábado (30). Os 80 homens que vieram da Venezuela em setembro de 2018 já haviam saído do prédio. Segundo a prefeitura, parte deles foram morar em outras cidades do Estado.
Últimos venezuelanos deixaram abrigo em Canoas
Em Canoas, que abrigou 309 venezuelanos, a etapa do programa de interiorização foi encerrada em 22 de março, com a finalização das atividades nos centros de acolhimento. Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), todas as famílias refugiadas locaram novas moradias em Canoas e outras cidades do Estado. Com o término do programa, Canoas deve incluir as famílias no Programa de Aquisição de Alimentos para o fornecimentos de cestas básicas, de acordo com a necessidade de cada um.
A Fundação La Salle, contratada para fazer a gestão compartilhada do programa, e a SMDS estão formulando um projeto para seguir com o acompanhamento dessas famílias. A ideia é a criação de um Centro de Referência ao Imigrante e Refugiado, destinado ao acolhimento de venezuelanos e refugiados das diferentes nacionalidades que vivem no município. Os detalhes desse equipamento ainda estão sendo desenhados pelas equipes. A Defesa Civil segue auxiliando com doações de móveis às famílias mais necessitadas, por meio da campanha permanente "Ajudar Não Tem Hora". Para doar itens como colchões, pias, armários, geladeira, televisão, entre outros, a população pode entrar em contato pelo telefone (51) 3476-3400 ou levar as doações diretamente na sede da Defesa Civil (Rua Bandeirantes, 450).