O dono do barco que naufragou na última terça-feira (23) no Pará disse à polícia que não havia controle de passageiros, conforme o G1. Ao menos 21 pessoas morreram e quatro estão desaparecidas. Outras 23 pessoas foram resgatadas com vida e prosseguem as buscas aos desaparecidos.
Alcimar Almeida da Silva afirmou em depoimento na quinta-feira (24) que havia cerca de 50 pessoas na embarcação, incluindo passageiros e tripulação. No entanto, a embarcação não tinha autorização para transportar passageiros, segundo Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos.
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O proprietário, entretanto, diz que há cerca de três anos faz as viagens com uma autorização da Marinha do Brasil para navegar até o município de Prainha. A Marinha informou que autorizações para concessões de linhas hidroviárias não são fornecidas pelas Capitanias.
Ainda conforme o G1, toda embarcação precisa de Despacho de Saída comunicando à Marinha o percurso a ser realizado, com validade de uma viagem ou por determinado período. No caso da embarcação Capitão Ribeiro, foi emitido um despacho com prazo até 20 de outubro para o trajeto Santarém (PA) até Prainha (PA), que é de 170 quilômetros. Porém, a embarcação prosseguiu até Vitória Xingu, percurso 550 quilômetros maior.
Outro fato irregular observado pela Marinha foi que na documentação entregue em Santarém pela embarcação Capitão Ribeiro constavam apenas dois passageiros.
O navio saiu do município de Santarém, oeste do Estado, às 18h de segunda-feira (21), e afundou por volta de 22h de terça, em uma área chamada de Ponte Grande do Xingu. Chovia quando o barco afundou e muitos sobreviventes relataram que a embarcação foi atingida por uma tromba d’água – fenômeno similar a um tornado. A Polícia Civil investiga as causa do naufrágio.
Segundo comunicado da Arcon, a embarcação pertence à empresa Almeida e Ribeiro Navegação Ltda e realizava "transporte clandestino de usuários". Embora tivesse sido notificada pela fiscalização da Arcon no dia 5 de junho deste ano para que providenciasse a regularização, nenhum diretor da empresa compareceu ao órgão público. Ou seja, ela continuava irregular, mas navegando normalmente pelos rios da região.