Ninguém ficou mais contente com este marco histórico do que a então presidente do Chile, Michelle Bachelet. Durante alguns anos, ela e outras líderes estavam à frente de boa parte dos governos da América do Sul, representando mais da metade da população do continente.
Seus governos – na Argentina, Brasil e Chile – transformaram a região em um exemplo da tendência global de uma participação mais equânime das mulheres na política. E seu momento chegou muito antes de os Estados Unidos – considerados menos machistas que a América Latina – chegarem perto de eleger uma mulher para a Presidência.
Mas agora, com uma de suas colegas tendo sofrido um impeachment e com outra enfrentando acusações de corrupção, Bachelet está em uma posição desconfortável: ela é a única mulher à frente de um governo nas Américas. E, em poucos meses, seu governo também chegará ao fim.
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The New York Times