A Justiça de Três Passos negou pedido da assistente social Edelvânia Wirganovicz – acusada de participar da morte de Bernardo Uglione Boldrini, em 2014 – para ser julgada em separado no caso. Edelvânia e mais três pessoas respondem pelo homicídio qualificado do menino, que tinha 11 anos na época do crime. A decisão, da juíza Vivian Feliciano, 2ª Vara Judicial da Comarca de Três Passos, foi proferida na terça-feira (18), mas divulgada apenas nesta sexta-feira (21). Edelvânia está presa na Penitenciária Feminina Madre Pelletier, na zona sul de Porto Alegre, desde outubro de 2016. Antes, a ré ficou detida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.
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Para justificar a medida, a magistrada afirmou que o julgamento conjunto dos réus é importante para "evitar decisões conflitantes e facilitar a apreciação da prova pelo Conselho de Sentença".
A assistente social era amiga de Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo. As duas, com a ajuda do irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz, teriam participado da morte da criança, em 4 de abril de 2014. O pai de Bernardo, Leandro Boldrini, seria o mentor do crime, conforme o Ministério Público (MP).
No pedido judicial, a defesa de Edelvânia também alegou excesso de prazo processual. A juíza destacou que a tramitação do processo que envolve os réus "é célere e respeita o regular andamento processual".
Em agosto de 2015, mais de um ano após o homicídio, a Justiça sentenciou os quatro acusados a julgamento popular. Os réus responderão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (Leandro e Graciele), triplamente qualificado (Edelvânia Wirganovicz) e duplamente qualificado (Evandro), além de ocultação de cadáver. Leandro também é acusado do crime de falsidade ideológica. No momento, o julgamento segue indefinido. A Justiça aguarda a análise de recurso encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Contraponto
ZH tentou contato com o advogado de Edelvânia Wirganovicz, mas não obteve retorno até a publicação dessa matéria.
*Zero Hora