Última instância do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), o Colégio de Presidentes julgou nesta terça-feira (13) o processo ético-disciplinar contra a enfermeira Graciele Ugulini, que responde por homicídio qualificado na morte do enteado Bernardo Boldrini, assassinado em abril de 2014, aos 11 anos. O Cofen decidiu pela cassação do registro da enfermeira por 30 anos, acompanhando o parecer do Conselho Regional de Enfermagem do RS (Coren-RS), encaminhado em agosto de 2016. O presidente do órgão regional, Daniel Menezes de Souza, fez a sustentação oral e pediu a manutenção da pena.
No ano passado, os conselheiros do Coren-RS votaram por unanimidade pela cassação do direito ao exercício profissional de Graciele, ao entender que a enfermeira teria infringido artigos do código de ética da profissão. A plenária concluiu que ela teria participado de atos premeditados, com o objetivo de causar a morte de Bernardo, utilizando-se de seu conhecimento técnico na área para tirar a vida criança.
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Segundo o presidente do Coren-RS, Daniel Menezes de Souza, todo o processo de levantamento das provas testemunhais e análise dos documentos fornecidos pela Justiça foram feitos de forma criteriosa pelos conselheiros designados pelo corpo jurídico da instituição. Souza também lembrou a prerrogativa do conselho em zelar pela conduta ética da categoria.
– É lamentável que profissionais da enfermagem utilizem seus conhecimentos técnicos para tirar uma vida, quando a profissão existe para preservá-las – finalizou.
Contraponto
O que diz Graciele Ugulini:
Zero Hora tentou contato com a defesa de Graciele Ugulini, mas não obteve retorno.