Oito de julho de 2014. Enquanto milhões de brasileiros aguardavam ansiosos pelo jogo Brasil x Alemanha, na Copa do Mundo, eu tentava digerir a informação recebida às 12h20min, que confirmava o diagnóstico de câncer na mama esquerda. A eliminação do Brasil do mundial por 7 x 1 só agravou a angústia.
Quatro de agosto de 2016. Enquanto milhões de brasileiros aguardavam o início das Olimpíadas do Rio, eu tentava entender o porquê da confirmação do segundo diagnóstico de câncer na mesma mama. Cheguei a duvidar do resultado.
Como seria possível? Tinha encerrado o tratamento de quimioterapia e radioterapia há menos de sete meses! Me revoltei, esperneei, chorei. Nada disso resolveu. Era preciso encarar uma nova cirurgia, desta vez mais radical, retiraria as duas mamas. A direita por prevenção, pelo histórico familiar.
No dia 31 de agosto de 2016, voltava ao mesmo bloco cirúrgico, com a mesma equipe médica, olhando para as enormes lâmpadas sobre minha cabeça. Adormeci. Acordei sete horas depois sem as mamas, com dois enormes drenos (um de cada lado) e com oxigênio que me ajudava a respirar.
Começava a segunda luta contra uma doença que mata 520 mil mulheres por ano no mundo. Só em 2016 são estimados 60 mil novos casos no Brasil. Na Região Sul, a estimativa é de mais de 4 mil novos casos. Em Caxias, até setembro de 2016 foram confirmados 385 novos casos. Os dados integram o Programa Municipal de Vigilância e Detecção Precoce do Câncer de Mama (Vigimama), criado em 2007 e que avaliou 986 casos. 35% dos casos são em mulheres com menos de 50 anos.
Outubro Rosa
Jornalista conta como encarou o diagnóstico de dois cânceres de mama
Ivanete Marzzaro conta sua experiência e dá dicas de como reagir
Ivanete Marzzaro
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project