Os casos de estupro em Santa Maria aumentaram 9,43% entre janeiro e junho desse ano em comparação com o mesmo período do ano passado. São 58 em 2016 casos contra 53 em 2015. Os dados apontam que são 44 crianças e adolescentes (menores de 18 anos) e 14 mulheres adultas que sofreram atentados sexuais. Separando os casos, o índice do crime contra crianças e adolescentes aumentou 18,91%. Contra mulheres, diminuiu 12,5%. As informações são do Diário de Santa Maria.
Apesar dos números, as delegadas responsáveis por investigar esse tipo de crime – Débora Dias, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), e Luiza Sousa, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) – afirmam que eles não podem ser levados como verdade absoluta, porque a taxa de notificação dos casos é pequena.
"(Os números) Não refletem a realidade, nem para mais nem para menos. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) diz que, no máximo, 10% dos casos são registrados. No último fórum de segurança pública, em 2015, foi dito que os registros chegam a 35%. Temos a chamada cifra obscura, de crimes que não chegam até a polícia", contextualiza Débora.
Nos casos registrados, predominam as vítimas menores de idade, que na maioria dos casos, são abusadas pelos próprios familiares ou pessoas próximas.
"Na maioria absoluta dos casos, é alguém próximo, porque a vítima fica com medo de contar, ou a mãe não acreditar na história. Como é um crime que não deixa vestígios, dependemos muito do depoimento da vítima. Aí, a trazemos para cá, temos todo um trabalho lúdico, com brinquedos, para tentarmos ter intimidade com ela e conversar sobre o assunto", explica a delegada Luiza.
A delegada acrescenta também que, nesses casos, geralmente são pedidas medidas protetivas para que o agressor seja afastado da vítima.