Sair de casa, estudar, ter formação, conquistar uma boa colocação no mercado de trabalho e ter reconhecimento profissional. O objetivo de vida de muita gente. O mineiro Eduardo Escobar, 31 anos, conquistou isso tudo, mas, por não se sentir completo, abriu mão da segurança da carreira consolidada e decidiu pôr o pé na estrada. Para isso, ele fez um projeto – O Brasil que Poucos Conhecem – que foi aprovado pelo Ministério da Cultura para captação de recursos e deve virar livro. No momento, Santa Maria e a região fazem parte do roteiro dessa aventura que deve durar seis anos.
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A intenção de Escobar é lançar seis livros, um por ano. Cada publicação trará informações sobre uma região, totalizando as cinco do país. O sexto será com as capitais. Mas a aventura não é solitária. Escobar viaja de carro e tem como carona o vira-lata Lie.
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A jornada começou em 15 de maio, pela Praia do Cassino, em Rio Grande. No fim de junho, Escobar chegou a Santa Maria, onde deve ficar durante 45 dias para conhecer, também, outras cidades da região. Em alguns dias, ele já fotografou locais conhecidos, como o planetário da UFSM e a Vila Belga. Enquanto se hospeda em Santa Maria, Escobar viajou para Uruguaiana, Alegrete, Manuel Viana, São Pedro do Sul e Mata. Em cada local garantiu belas imagens para o primeiro livro.
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O mineiro conta que não gosta de fazer muitos planos nem de roteirizar as viagens. Escobar segue as sugestões das pessoas que encontra ao longo do caminho, viaja e fotografa. Antes de chegar a uma cidade, pesquisa no site da prefeitura um pouco da história e dos pontos turísticos, mas garante que nada é melhor do que um bom papo com os nativos. Os postos de gasolina são os mais indicados para conseguir sugestões de lugares para visitar.
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Há pouco mais de um mês na estrada, Escobar já consegue fazer um balanço da empreitada e revela que está sendo mais difícil do que ele imaginava. Questões como segurança e falta de patrocinadores para o projeto são as que mais preocupam o viajante. Mas, apesar das incertezas, ele está esperançoso e não se arrepende de suas escolhas.
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– Eu me sinto mais leve. Praticamente, não tenho estresse e me sinto muito mais feliz. O prazer de viver sem se estressar é algo que não tem preço – finaliza.
A guinada
Formado em Arquitetura e Engenharia Civil, Escobar trabalhou durante quatro anos em uma grande construtora, no Rio de Janeiro. Ele chegou a atuar em algumas das obras das Olimpíadas do Rio. Apesar do bom salário e do reconhecimento profissional, a falta de tempo, de saúde e o estresse do dia a dia motivaram o mineiro a mudar de planos. A jornada pessoal é em busca da felicidade e de um novo sentido para a vida.
– Lembrei que, aos 10 anos, eu adorava desenhar e, por isso, optei pela arquitetura. Mas acabei me motivando a estudar engenharia para conquistar independência financeira. Tive êxito no trabalho, mas foi um caminho sem volta. A vida perdeu o sentido quando percebi que eu havia me afastado da minha essência – confessa Escobar.
O cachorro Lie foi adotado por Eduardo em março de 2015. Foi encontrado na rua, sujo e com fome. Mas, depois de acolhido, tornou-se inseparável do dono. Tanto que, ao elaborar o projeto, Escobar não teve dúvida em se organizar para levar Lie na viagem. Ele utiliza o site Airbnb como sua ferramenta para hospedagens. Com isso, ele encontra locais com preço acessível para montar sua base e que permitem a estada do cachorro brincalhão, que está sempre com uma bolinha na boca.
Cão vira-lata é o companheiro inseparável
O cachorro Lie foi adotado por Eduardo em março de 2015. Foi encontrado na rua, sujo e com fome. Mas, depois de acolhido, tornou-se inseparável do dono. Tanto que, ao elaborar o projeto, Escobar não teve dúvida em se organizar para levar Lie na viagem. Ele utiliza o site Airbnb como sua ferramenta para hospedagens. Com isso, ele encontra locais com preço acessível para montar sua base e que permitem a estada do cachorro brincalhão, que está sempre com uma bolinha na boca.
– Muitas pessoas me reconhecem em função do cachorro. Os moradores se interessam pelo projeto e pela história em função de ele estar junto – conta Escobar.
Primeiro livro está sendo bancado por viajante
O projeto Brasil que Poucos Conhecem já foi aprovado pelo Ministério da Cultura como um projeto cultural e pode contar com incentivos fiscais da Lei Rouanet. Porém, ele precisa de patrocinadores, senão, corre risco de não conseguir finalizar a jornada. Por enquanto, Escobar está arcando com todas as despesas do projeto e se comprometeu a concluir, dessa forma, pelo menos o primeiro ano de percurso e o primeiro livro.
– Qualquer empresa pode destinar até 4% do seu imposto de renda para patrocinar um projeto cultural. Então, basta querer. Eu optei em começar mesmo sem patrocínio para tornar a ideia conhecida, para que as pessoas vissem e se identificassem. Dessa forma, acredito que, em breve, vão surgir parcerias – afirma Escobar.
As empresas e apoiadores interessados em ajudar podem acessar o blog obrasilquepoucosconhecem.com para outras informações.
A passagem de Escobar por Santa Maria e região já renderam belas fotos. Confira: