Valceonir Borges de Oliveira, que morreu atropelado neste domingo à noite, após ter se envolvido em um acidente na BR-392, em Santa Maria, dirigia desde os 18 anos, mas nunca teve carteira de habilitação, de acordo com Valdoir Borges Oliveira, 56 anos, irmão mais velho da vítima.
Valceonir trabalhava como pedreiro, era solteiro, não tinha filhos e morava com a mãe, Anair Borges Oliveira, no bairro Duque de Caxias. Conforme Valdoir, apesar do irmão não ter habilitação, ele nunca se envolveu em acidentes nem havia tido problemas em função da falta da documentação.
– Ele era um homem trabalhador, honesto e de bem com a vida. Era muito benquisto, tanto que a maioria de seus clientes estava aqui para se despedir – disse Valdoir durante o velório que ocorreu nesta segunda-feira, na capela 3 do Hospital Caridade Astrogildo de Azevedo.
Conforme o irmão mais velho, a vítima estava em um carro emprestado e voltava da casa de amigos rumo a sua residência.
– Ele trabalhava na obra do Hospital Regional e, como o carro dele estava estragado, ele pegou o carro de um amigo emprestado para poder trabalhar na segunda-feira de manhã cedo – explica Valdoir.
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A família ficou em choque com a notícia do acidente e não entende o que pode ter acontecido, mas acredita que Valceonir teve um ato de desespero.
– Não tem explicação. Acho que ele ficou assustado porque bateu o carro, porque ele não tinha carteira de motorista e se desesperou. Ficou assustado e saiu sem rumo e acabou sendo atropelado. Acho que tinha que ter ficado no local, arcado com as consequências, mas, em segurança. Também acho que o amigo, sabendo que ele não tinha habilitação, não deveria ter emprestado o carro. Foi irresponsabilidade – lamenta o irmão.
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Valceonir foi o segundo filho de Anair a morrer atropelado. Há sete anos, Franquito Ademir Borges Oliveira, 44 anos, foi atropelado próximo à passarela do bairro Urlândia.
O sepultamento de Valceonir ocorre às 11h de hoje no Cemitério Ecumênico Municipal.
De acordo com o delegado Gabriel Zanella, da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos, o inquérito policial já foi instaurado e a Polícia Civil vai dar início a apuração dos fatos descritos do boletim de ocorrência.