O papa Francisco fará uma visita relâmpago em 16 de abril à ilha grega de Lesbos para dar apoio a migrantes procedentes da Ásia e África, além de expressar solidariedade aos refugiados sírios que estão sendo expulsos da Europa.
A data da viagem foi anunciada nesta quinta-feira pelo Vaticano. O pontífice argentino, que deseja ser identificado como o Papa das periferias, pretende, com sua visita a Lesbos, dar voz aos migrantes que se veem obrigados a cruzar continentes, tanto na América como na Europa, para fugir da fome, pobreza e dos conflitos.
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Filho de imigrantes italianos, Francisco é muito sensível ao tema e, desde que foi eleito em março de 2013 para liderar a Igreja Católica, tem expressado solidariedade aos imigrantes de todo o mundo.
O Papa deve permanecer apenas algumas horas em Lesbos, como aconteceu em julho de 2013, durante sua primeira viagem dentro da Itália. À época, o pontífice visitou a ilha de Lampedusa, onde denunciou a indiferença da Europa ante o drama dos refugiados.
"O fenômeno migratório representa um importante desafio cultural, que não pode ficar sem resposta", escreveu o Papa no Twitter em 31 de março.
A ilha grega é atualmente a principal porta de entrada dos imigrantes na Europa e abriga 3 mil pessoas, em grande parte no campo de Moria.
Pelas ilhas do Egeu, passaram em 2015 ao menos 850 mil pessoas. Desde o início de 2016, foram 150 mil migrantes.
Durante a breve estadia, Francisco será acompanhado por Bartolomeu I e pelo arcebispo ortodoxo de Atenas, Jeronimo II, e é possível que presidam uma oração ecumênica, em um gesto dirigido a todos os refugiados, de diferentes religiões.
Francisco denunciou a situação dos migrantes durante a Via Crucis da Semana Santa e lavou os pés de vários deles na Quinta-Feira Santa, em um centro de recepção na região de Roma.
A visita a Lesbos acontecerá uma semana depois do início das deportações de imigrantes de Lesbos para a Turquia, em virtude do acordo assinado entre a União Europeia e Ancara para tentar conter a crise de refugiados.
A Igreja Católica não aprova a medida, que várias organizações chamaram de "desumana", recordou o site católico Religião Digital.
Esta será a segunda viagem de um pontífice à Grécia, depois da visita de João Paulo II em maio de 2001. O Papa deve viajar à Armênia em junho e para a Polônia em julho.
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