Mesmo após cancelar viagem quer faria a Portugal, o vice-presidente Michel Temer ainda não confirmou sua presença na reunião do diretório nacional do PMDB que irá definir o rompimento com o governo Dilma Rousseff. Por ora, ele tende a faltar ao evento, marcado para a próxima terça-feira.
Temer é o presidente nacional do PMDB. Foi reconduzido ao posto no último dia 12 de março, após um acordo com a ala governista do partido. Com a precipitação do processo de impeachment, os dois grupos voltaram a se desentender. O vice avalia não ir à reunião do diretório para não ser o responsável por dividir o partido.
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Defensora do impeachment e que Temer assuma o comando do país, a ala oposicionista do PMDB aposta numa vitória da tese de rompimento com o governo. Liderados pelo deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) e pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), os governistas atuaram em favor do adiamento.
A proposta foi levada a Temer pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA) na terça-feira. O vice disse que ouviria a ala oposicionista antes de tomar uma decisão. O grupo oposicionista, porém, se negou a aceitar a proposta e resolveram obter uma definição pelo voto. O diretório do PMDB é composto 119 membros.
Até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva envolveu-se nas discussões. Ele teme que o rompimento do PMDB provoque uma contaminação no resto dos partidos do Congresso, tornando a estratégia de barrar o impeachment inviável.
Nesta quinta-feira pela manhã, Teme comunicou que desistiu de ir a Portugal na segunda-feira para participar de um evento promovido pelo instituto de ensinos jurídicos do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A viagem serviria como a desculpa ideal para faltar à reunião do diretório.
*Estadão Conteúdo