A partir desta terça-feira, parte dos professores da rede estadual do Rio Grande do Sul deve participar de uma greve de três dias convocada pela Confederação Nacional dos Educadores (CNTE). Na sexta-feira, uma assembleia da categoria no Gigantinho, em Porto Alegre, deve paralisar as aulas pelo quarto dia consecutivo. Neste dia, os educadores irão avaliar a mobilização e decidir se iniciam uma greve por tempo indeterminado.
A orientação do governo é para que os diretores garantam acesso dos professores e alunos às escolas. Em comunicado, disse que, "acima de interesses políticos e corporativos, é fundamental que as aulas sejam mantidas regularmente, preservando o atendimento dos nossos estudantes". Eventuais ausências deverão ser notificadas à Secretaria de Educação.
O Cpers-Sindicato orienta que, entre os dias 15 e 17, as escolas fechem as portas e que professores, pais, alunos e comunidade escolar participem das atividades que serão coordenadas pelos núcleos de cada região.
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Em Porto Alegre, por exemplo, a categoria fará um ato público às 15h de terça na Praça da Matriz; promoverá reuniões por bairros e atividades, como mateadas e bandeiraços, na quarta; e, na quinta, fará encontros regionais para discutir demandas e formular um posicionamento sobre o futuro da mobilização para ser levado à assembleia geral de sexta-feira.
Entre as seis pautas nacionais definidas pela CNTE, quatro, na avaliação da presidente do Cpers, Helenir Schürer, são grandes bandeiras do magistério gaúcho, entre elas, o cumprimento da Lei do Piso. O sindicato se posiciona também contra a terceirização, o parcelamento dos salários e a reorganização das escolas (união de turmas e redução dos turnos de aula).
– Quanto ao piso, mais do que nunca precisamos que ele seja cumprido ou, pelo menos, que o governo diminua a diferença entre o que nos paga e o piso nacional. A defasagem é de 69,44% – afirma Helenir.
Outras duas bandeiras nacionais dizem respeito à não entrega das escolas às organizações sociais (OSs) e à não entrega da direção das escolas públicas aos militares, ambas medidas que estão sendo adotadas em Goiás, de acordo com a sindicalista gaúcha, e que podem respingar no Rio Grande do Sul.
– O governo está nos retirando direitos, sentimos um grande ataque ao magistério – avalia Jussara Gonçalves Jayme, diretora do 39º núcleo do Cpers, na Capital. – O parcelamento dos salários é a face mais visível.
O sindicato convida todos os servidores a virem para a Capital na sexta-feira. A assembleia-geral está marcada para as 12h30min no Gingantinho. Após, às 15h, os professores devem sair em caminhada até o Piratini. Na frente da sede do Executivo, devem se encontrar com outras categorias para pressionar o governo Sartori.