Três responsáveis pelos atentados em Bruxelas foram identificados nesta quarta-feira - todos vinculados aos ataques em Paris. Além das investigações, homenagens também marcaram o dia no país.
Ao cair da noite, centenas de pessoas se reuniram, com velas nas mãos, em frente ao aeroporto de Bruxelas, não muito longe da parte afetada pelos ataques.
A Praça da Bolsa, no centro da capital, se tornou espontaneamente o epicentro das homenagens e o memorial improvisado às vítimas, repleto de mensagens, bandeiras, velas e flores.
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O país ainda fez um minuto de silêncio em memória das 31 vítimas fatais e dos 270 feridos, segundo um boletim ainda provisório.
Três suicidas, quatro atacantes
As autoridades identificaram incialmente dois irmãos, Khalid e Ibrahim El Bakraoui, como dois dos atacantes suicidas. Depois, uma fonte policial informou à agência de notícias AFP que o terceiro suicida era Najim Laachraoui, suposto armeiro do grupo.
Primeiramente, a imprensa belga chegou a divulgar que Laachraoui havia sido preso na manhã de quarta-feira. O homem foi apontado como o terrorista que aparece usando um chapéu nas filmagens das câmeras do aeroporto de Bruxelas. No entanto, em seguida, os meios de comunicação locais voltaram atrás e corrigiram a informação.
Um quarto homem - que está sendo ativamente procurado - aparece em imagem captada pelas câmeras de segurança do aeroporto junto a Ibrahim e Laachraoui.
- (O suspeito) deixou uma bolsa com a carga explosiva mais importante, que estourou depois, devido à instabilidade dos explosivos (quando o esquadrão antibomba estava no local) - informou o procurador-federal Frederic Van Leeuw.
A polícia lançou uma vasta operação de captura para tentar encontrar o suspeito.
Em Schaerbeek, de onde partiram os três atacantes do aeroporto, a polícia fez uma buscas em um apartamento no qual encontrou uma oficina para fabricar explosivos e uma bandeira do grupo Estado Islâmico.
- As buscas (...) permitiram descobrir 15 quilos de explosivos tipo TATP, 150 litros de acetona, 30 litros de água oxigenada, detonadores, uma valise repleta de pregos e parafusos, bem como material destinado a confeccionar artefatos explosivos - disse o procurador.
Em uma lata de lixo na mesma rua, foi encontrado também um computador com um "testamento" de Ibrahim El Bakraoui, no qual ele dizia "não saber o que fazer" e afirmava temer estar sendo procurado por todas as partes".
Conexão com os atentados de Paris
Na segunda-feira, a procuradoria tinha emitido uma ordem de captura para Najim Laachraoui, um marroquino de 24 anos, criado em Bruxelas. A procuradoria o identificou como um dos cúmplices dos grupos que realizaram os ataques em Paris.
As autoridades acreditam que ele tenha viajado para a Síria em 2013. No ano passado, foi revistado na fronteira austro-húngara em um carro, juntamente com Abdeslam. Seu DNA foi encontrado em explosivos usados nos atentados de Paris.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, assegurou que Ibrahim El Bakraoui foi detido perto da fronteira síria em junho de 2015, sendo deportado para a Bélgica.
O ministro belga da Justiça, Koen Geens, por outro lado, rejeitou a versão da Turquia e comentou que Bakraoui "não era conhecido na Bélgica por terrorismo".
Luto nacional
Foram decretados três dias de luto na Bélgica pelas autoridades do reino. Ao meio-dia, o rei Filipe e a rainha Matilde fizeram um minuto de silêncio juntamente com o premiê belga, Charles Michel, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Em frente ao aeroporto de Bruxelas, as pessoas desenharam corações com as velas na calçada. Outros depositavam flores. Muitos funcionários das empresas que operam no aeroporto estavam presentes.
Fechado na quarta-feira, o aeroporto não operará voos comerciais "pelo menos até o sábado", indicou uma porta-voz do operador Brussels Airlines. As bombas destroçaram a sala de embarque internacional.
Da Argentina, onde faz visita de Estado, o presidente americano, Barack Obama, que pediu unidade "contra o terrorismo", identificou como sua "prioridade principal" "derrotar o Estado Islâmico e eliminar o flagelo dessa barbárie".
Nesta quinta-feira, os ministros do Interior dos 28 países-membros da UE se reunirão em Bruxelas em caráter extraordinário. Na sexta-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry, irá prestar sua homenagem.
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