Ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) preferiu desqualificar a delação do colega de bancada Delcídio Amaral (PT-MS), que teria acusado a presidente de tentar interferir nas investigações da Operação Lava-Jato.
– Ele vive uma situação perturbadora para afirmar ou atestar qualquer coisa, ele vive uma situação de extrema fragilidade emocional – disse Gleisi, única petista até o momento a discursar da tribuna do Senado na tarde desta quinta-feira.
A senadora petista classificou de "surreal" todo o caso. Citou inicialmente que o Senado decidiu em novembro mantê-lo na prisão, mesmo tendo, em sua opinião, rasgado a Constituição e ofendido o Estado de Direito. Lembrou que depois houve uma série de "fofocas" de que ele iria fazer uma delação – e Delcídio rejeitou a acusação em carta aos 80 colegas senadores.
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Gleisi disse duvidar da possibilidade de interferência da presidente. E mencionou ainda que o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo estava sendo cobrado justamente por não interferir nos trabalhos da Polícia Federal.
– Se tem uma coisa clara é a não interferência da presidente Dilma e do presidente Lula na Lava-Jato – criticou.
No pronunciamento e em entrevista, a senadora pediu calma à oposição, que tem feito discursos ardorosos pelo impeachment de Dilma.
– Temos que ter cautela, a oposição se arvora em fazer as acusações e dar lição de moralidade sem a devida cautela – afirmou.