Os três policiais militares suspeitos de envolvimento em uma perseguição a três jovens em Caxias do Sul no início deste mês foram indiciados pela Polícia Civil pela morte de Lucas Raffainer Cousandier, 19 anos, e por duas tentativas de homicídio. Outros dois policiais militares foram indiciados por fraude processual.
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Na madrugada de 4 de fevereiro, policiais militares abordaram um Ka na Avenida Itália, no bairro São Pelegrino. O veículo não parou e foi perseguido até a Perimetral Sul. Conforme a versão dos policiais militares, os ocupantes do Ka atiraram contra a viatura, que tinha três marcas de tiros. Os PMs revidaram e acabaram atingindo Cousandier. Os outros dois ocupantes do carro, Felipe Veiga, 22, e Tiago Signor, 22, não ficaram feridos. O motorista do carro não parou porque estava embriagado.
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As investigações da Polícia Civil apontaram que os próprios PMs atiraram contra a viatura e colocaram as duas armas encontradas no Ka. Os soldados Emerson Luciano Tomazoni, Gabriel Modesto Ceconi e Devilson Enedir Soares estão presos preventivamente desde a semana passada, a partir de um pedido feito pela própria Brigada Militar ao judiciário de Caxias.
O delegado Rodrigo Duarte, da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos de Caxias, encaminhará o inquérito na tarde desta sexta-feira à Justiça, também solicitando, por parte da Polícia Civil, a prisão preventiva dos três PMs. Esses policiais estão sendo indiciados por homicídio doloso com dolo eventual (quando se assume o risco de matar) pela morte Cousandier e pelas duas tentativas de homicídio contra os jovens que estavam com ele no carro.
Os policiais também foram indiciados por denunciação caluniosa, fraude processual, posse ilegal de arma de fogo de uso permitido, posse ilegal de arma de fogo com numeração suprimida e abuso de autoridade.
O abuso de autoridade, segundo o delegado, é porque, conforme as investigações, os policiais entraram em uma residência sem mandado. Dessa casa foi levada uma das armas apreendidas, a que apresentava a numeração.
Ainda conforme o delegado, os PMs Miege dos Santos Fortes e Diego da Rosa Gonçalves, foram indiciados por fraude processual. A investigação concluiu que, enquanto os colegas alteravam a cena, eles colocaram os outros dois jovens que não estavam feridos em uma viatura, rodaram com eles por algumas ruas de Caxias e voltaram quando a cena estava modificada. O inquérito policial militar ainda está em andamento.
