
Dois jovens de 18 e 19, suspeitos de envolvimento na morte de um policial militar em Tramandaí, foram presos temporariamente às 15h45min desta segunda-feira no bairro Vicentina, em São Leopoldo. A dupla, moradora da cidade, estava em um Uno cinza na Rua Afonso Linck e foi reconhecida por PMs que se deslocavam para atender uma ocorrência no bairro. Mais tarde, por volta das 18h30min, foi detido em Porto Alegre o terceiro dos quatro suspeitos que tiveram prisão temporária decretada pela Justiça na última quinta-feira.
O soldado Maysson Fagundes da Silva, 27 anos, passava o Réveillon no Litoral Norte. Ele foi atingido por um tiro na cabeça por volta das 3h30min do dia 1º, após uma discussão entre dois grupos na Avenida Beira-Mar.
A prisão do terceiro suspeito se deu quando a Brigada Militar deslocou uma viatura para a Avenida Benjamin Constant, bairro São João, em Porto Alegre. Uma ligação anônima informava que um dos homens supostamente envolvidos no crime estaria neste endereço. Ao ser abordado, o jovem de 18 anos teria sacado uma arma. Os policiais disparam e o balearam na virilha. Em seguida, ele foi socorrido e encaminhado para o Hospital Cristo Redentor. O suspeito portava um revólver calibre 38 carregado com cinco munições.
– Nossos policiais, para se resguardarem, atiraram contra ele – diz o comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar de Porto Alegre, tenente-coronel Régis Rocha da Rosa.
Conforme o titular da Delegacia de Polícia de Tramandaí, Paulo Perez, os três homens devem ser levados para Tramandaí ainda nesta segunda-feira, mas não há data marcada para os depoimentos.
– A prisão temporária é de 30 dias. Então, temos tempo para ouvi-los – diz.
Segundo o delegado, além dos depoimentos de testemunhas e reconhecimentos fotográficos, há outros indícios que apontam para a ligação do trio no crime.
– Eles apagaram os perfis no Facebook, não foram encontrados em seus endereços e, agora, vi que dois deles rasparam a cabeça. Tudo isso fortalece o conjunto probatório que já tínhamos – finaliza.
O delegado não detalha a participação de cada um no homicídio e nem divulga seus nomes, mas ressalta que dois teriam parado em frente ao PM e um terceiro suspeito teria disparado contra a vítima. Um quarto homem teria tentado beijar uma menina que estava no grupo de amigos do PM, o que teria desencadeado uma discussão.
– Um rapaz, digamos, do grupo do matador, tentou beijar a menina duas vezes. O namorado dela, amigo do PM, não gostou e se iniciou uma discussão. Os dois grupos ficaram por ali, na frente de uma boate, se provocando até que alguém cometeu o homicídio. Não houve briga corporal.
Perez descartou o envolvimento de Nélson José Paiano, 19 anos, preso em Alvorada um dia depois do assassinato. Ele apresentou testemunhas e vídeo apontando que não estava na praia no dia em que houve o homicídio.
* Zero Hora