Promessas não cumpridas, prédios prontos com portas fechadas, obras paradas ou sem previsão de conclusão. Seis meses depois do Diário Gaúcho mostrar obras em atraso em metade das dez Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) em construção na Região Metropolitana, o cenário futuro ainda é pouco promissor.
Prometidas em maio, quando a reportagem foi publicada, para estarem funcionando em julho e agosto, as UPAs de Viamão e São Leopoldo, respectivamente, não inauguraram.
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Em Guaíba, a obra está parada porque a prefeitura rescindiu o contrato com a empresa. Junto com Sapucaia do Sul e Esteio, forma o trio dos municípios que não sabe sequer dar uma previsão de quando a população poderá contar com o serviço. Mas prédio concluído também não é sinônimo de pacientes atendidos. Concluídas há seis meses, as UPAS de São Leopoldo e Alvorada seguem inutilizadas por não estarem equipadas.
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Novas promessas
O prefeito de Viamão, Valdir Bonatto, promete inaugurar a UPA em 19 de dezembro. De porte 3, a UPA tem capacidade para fazer 15 mil atendimentos por mês. Quase o dobro da capacidade atual do Pronto Atendimento da cidade, localizado próximo a parada 44, na ERS-040, que é de 8 mil atendimentos. Para garantir recursos do município para a gestão da UPA, a Prefeitura planeja fazer a realocação de verbas de outras áreas para a secretaria da saúde.
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Em São Leopoldo, a expectativa é de que a UPA localizada no Bairro Scharlau absorva em até 50% a demanda de atendimento na emergência do Hospital Centenário, atualmente sobrecarregada. O secretário Julio Galperim promete que o início das operações ocorrerão em janeiro. A obra está concluída há seis meses mas o prédio deve ser totalmente equipamento apenas na segunda quinzena de dezembro.
Alvorada vive situação semelhante a São Leopoldo. A UPA foi entregue pela empresa à Prefeitura em junho e ainda está sem equipamentos devido a atraso no repasse de dinheiro do Estado. O recurso, no valor de R$ 1.050 milhão, chegou apenas no final de outubro e só agora estão sendo licitados os equipamentos. A previsão é de que os atendimentos iniciem em março, caso se confirme, a inauguração ocorrerá nove meses após a conclusão da obra. Com 80% da estrutura pronta, Cachoeirinha espera abrir as portas da UPA em fevereiro utilizando equipamentos já em operação no PA da cidade.
Em Novo Hamburgo, a obra está 50% concluída e os recursos para os equipamentos foram garantidos por meio da Consulta Popular. A ideia da Prefeitura é inaugurar ainda no primeiro semestre de 2016.
A situação mais crítica é a de Guaíba onde a Prefeitura cancelou o contrato há mais de dois meses devido a problemas com a empresa. Uma nova licitação terá que ser realizada para a escolha da empresa que dará sequência aos trabalhos.
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"Quando abrir aqui vai melhorar muito"
Morando a menos de 100 metros da UPA de Viamão, as vizinhas Marta Glai, 56 anos, e Juliane Cruz, 42 anos, não veem a hora de ter o serviço perto de casa. Com o joelho inflamado e problemas com diabetes, a dona de casa Marta leva quase uma hora para chegar à pé ao Pronto-Atendimento toda vez que precisa de atendimento.
- Quando abrir aqui vai melhorar muito. Não tenho dinheiro para passagem sempre e ir caminhando é uma luta, demoro muito.
Já Juliane, toda vez que tem uma crise de asma prefere procurar o Hospital de Clínicas e o Conceição, em Porto Alegre, do que depender do atendimento que o município oferece:
- Eu preciso contar com a sorte dessas emergências não estarem lotadas. Com a UPA aqui vai ser bom, tem muita gente idosa por aqui.
Ressabiadas com a demora da obra, mesmo com a data da inauguração se aproximando, duvidam que a UPA vai inaugurar na data prometida pelo prefeito.
- Só vou acreditar depois que estiver aberta - diz Juliane.
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Região Metropolitana
Com obras concluídas, Unidades de Pronto-Atendimento não são inauguradas por falta de equipamentos
Em Alvorada e São Leopoldo obras estão concluídas há meses mas unidades não abriram por falta de equipamentos
Jeniffer Gularte
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