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– Uma boa história pode estar do outro lado do mundo ou do outro lado da rua.
Esse é um dos lemas do jornalista Rodrigo Lopes, que participou da sétima edição do projeto Em Pauta ZH – Debates sobre Jornalismo. Atuando no Grupo RBS há 19 anos e com a experiência de mais de 30 coberturas internacionais, ele destacou a importância de o repórter estar "onde as coisas estão acontecendo", mas observou que o profissional e os veículos de comunicação não podem ignorar o que acontece ao seu redor.
Na última edição de 2015 do Em Pauta, o repórter internacional do Grupo RBS e editor de Zero Hora dividiu com estudantes e professores de comunicação os desafios e os bastidores da cobertura dos atentados em Paris. Rodrigo permaneceu sete dias na capital francesa e produziu materiais para diversas plataformas, como jornal, rádio e internet.
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Durante o evento, que ocorreu na noite desta terça-feira, na sede do Grupo RBS, e foi mediado por Sabrina Passos, coordenadora de Projetos de ZH, o jornalista abordou temas como novas ferramentas, segurança, planejamento e logística em coberturas no exterior. Também professor na UniRitter, ele contou que quando é acionado para fazer uma viagem não pensa duas vezes antes de aceitar a missão:
– Eu me acostumei a reponder "vamos" antes mesmo de pensar nas consequências. Foi assim várias vezes – disse ele, que acredita que o preparo para acompanhar fatos históricos e seus desdobramentos é construído ao longo da vida, e não de um dia para o outro.
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Autor do livro Guerras e Tormentas, como enviado especial, Rodrigo testemunhou acontecimentos como a morte do papa João Paulo II, a catástrofe do furacão Katrina, em New Orleans (EUA), os terremotos no Peru e no Haiti, as duas eleições de Barack Obama, o resgate dos mineiros no Chile e as guerras no Líbano e na Líbia.
– A primeira tendência é você querer ficar no hotel. Há uma resistência, mas, depois, cria coragem. E, quando a gente começa a entrevistar as pessoas, o mundo se abre.
Rodrigo arrancou risos da plateia, formada principalmente por estudantes, ao relatar que, ao fazer as malas, pensa primeiro nos equipamentos que precisa levar – e não nas roupas. Em Paris, além da cobertura para Zero Hora e Rádio Gaúcha, ele testou ferramentas como o Periscope, que permite transmitir vídeo ao vivo para o mundo todo. Para Rodrigo, o momento atual é de "explosão de possibilidades" e exige qualidade de informação, não necessariamente de formato.
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Para o jornalista, uma boa cobertura – seja ela local ou internacional – não tem segredos. A receita é simples:
– É só olhar para o lado e conversar com as pessoas. As histórias brotam.
Em Pauta ZH terá continuidade em 2016
O projeto Em Pauta ZH – Debates sobre Jornalismo, promovido pelo jornal Zero Hora, traz a Porto Alegre profissionais de atuação reconhecida para debater o futuro e o presente da profissão e o papel dos jornalistas em uma sociedade livre e democrática.
Já participaram do evento nomes como Leandro Beguoci, editor-chefe da F451, Mauri König, um dos mais premiados repórteres brasileiros, Caco Barcellos, apresentador do programa Profissão Repórter, da Rede Globo, Sérgio Dávila, da Folha de S.Paulo, e Adriana Carranca, colunista dos jornais O Globo e Estadão.
Marta Gleich, diretora de Redação de Zero Hora, informou que o evento terá continuidade no ano que vem. A jornalista e escritora Eliane Brum será a primeira convidada.
– O Em Pauta ZH é um evento que a gente criou este ano para discutir as tendências, o futuro, enfim, colocar o jornalismo como protagonista da discussão. Vamos seguir com o projeto porque ele está ganhando corpo. É um fórum muito interessante par debater a profissão.
Professor da Uniritter, Robson Pandolfi disse que esse tipo de iniciativa, que aproxima alunos e profissionais, é fundamental:
– Esse tipo de experiência acaba sendo um incentivo para os alunos. Além disso, para os profissionais, é também um momento de reflexão, para que eles possam pensar em iniciatiavas que eles mesmos possam desenvolver.