Compridas lágrimas escorriam pelo rosto de Magali, 41 anos. Seu corpo inerte, encasacado nos 8°C da madrugada parisiense, se deixava escorar no gelado muro da rua Commines. A sua frente, atarefados bombeiros, médicos e enfermeiros evacuavam feridos que chegavam transportados do Bataclan, mítica e festiva casa de shows nas proximidades agora eternamente associada ao massacre de mais de 80 vítimas do terrorismo. Sua voz, trêmula, balbuciava vagas palavras. Solitária naquela sombria calçada, ela - como milhares de parisienses, de franceses e de cidadãos pelos quatro cantos do mundo - não entendia o que acabara de ocorrer em sua cidade.
Sábado de tristeza
Paris amanhece chocada e amedrontada após ataques terroristas
Locais públicos, como museus e escolas, fecharam as portas por determinação do estado de urgência