Os atentados terroristas em Paris, que deixaram pelo menos 140 mortos na capital francesa na noite desta sexta-feira, provocaram uma "situação de pânico" nas ruas. Correspondente da RBS em Paris, o jornalista Fernando Eichenberg disse, em entrevista à Rádio Gaúcha, que as informações ainda são desencontradas sobre os tiroteios e as explosões que ocorreram na cidade.
- Foram tiroteios em dois lugares de Paris, próximos a um restaurante no 10º distrito. Está tudo ainda muito confuso. Alguém teria gritado palavras em árabe. E teve outro tiroteio na casa Bataclan, onde havia um show lotado. Algumas pessoas teriam entrado armadas às 21h30min, atirando para fora. Estão vazando imagens na TV francesa, mas também muitos testemunhos, de gente que tirou foto dos corpos. Há uma situação de pânico - explicou Eichenberg.
O presidente François Hollande, que acompanhava o amistoso entre França x Alemanha no Stade de France e foi retirado do local após uma explosão registrada próximo aos portões, em Saint-Denis, instalou um gabinete de crise com o ministro do Interior e o primeiro-ministro francês.
- O presidente foi retirado, estava assistindo jogo junto com o ministro do Interior. A polícia bloqueou a entrada e a saída do estádio. No momento em que aconteceram as explosões, os dois times estão jogando e se ouve direitinho. Muita gente que estava lá dentro começou a saber o que acontecia, e gerou pânico. As pessoas agora estão dentro do gramado. Em outros locais de Paris, e próximo à casa de espetáculos Bataclan, está um caos. A polícia bloqueou todo o perímetro.
De acordo com o jornalista, a análise inicial da imprensa francesa é de que os atentados foram simultâneos e organizados.
- É sexta-feira de noite, em que todo mundo sai para beber, fazer festa, muita gente na rua. As informações estão chegando aos poucos. Promete ser uma madrugada muito comprida na cidade, e o sábado também vai ser um dia muito complicado - afirmou.
Eichenberg ressaltou ainda que, com as informações de que há reféns na casa de shows Bataclan, o balanço deve ser "muito pior" com relação ao número de mortes.
- A situação é de pânico na cidade, pânico para todo mundo, todos tentando se comunicar. Isso dá um balanço de mais mortes do que os atentados de janeiro (na sede da revista Charlie Hebdo). Ninguém reivindicou os ataques até agora, nem se tem informações de que alguém foi detido.