Guilherme Wondracek era delegado de Capturas, em 2006, quando José Carlos dos Santos, o Seco, foi capturado. O último grande assalto da quadrilha com participação de Seco foi contra a sede da empresa de transporte de valores Proforte, em Santa Cruz do Sul, em abril de 2006. A caçada resultou na desarticulação do grupo, à época.
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Como é para a Polícia Civil ter que investigar e prender um criminoso (no caso, José Carlos dos Santos, o Seco) que já está preso?
É frustrante. Ele foi capturado em 2006. Ano passado, foi preso de novo dentro da cadeia em uma operação do Deic. Agora, há duas prisões preventivas contra ele, por roubo e por tráfico de drogas.Frustrante porque temos que trabalhar com quem já está na rua e com um líder preso, que comanda seus comparsas na rua. Podíamos estra trabalhando com outros casos, mas temos que trabalhar com quem está preso.
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É um retrabalho para a polícia?
Sim.Um criminoso desse nível de atuação criminal, e outros, tinham que ser melhor vigiados, ter uma atenção mais contínua, diferente. Não pode ser tratado como um preso comum.
Há falha no sistema prisional?
Isso é reflexo da falta de investimento de seguidos governos, que não deram atenção para a segurança pública e muito menos para a questão prisional. O aumento de presos está muito acima do número de vagas.
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Qual o reflexo para a segurança de um criminoso do nível do Seco agir com tanta liberdade dentro da prisão?
A influência dele atuando livremente se vê pela conclusão da operação de hoje, em que foi identificado como comandando um grupo de assaltos em uma região e de tráfico de drogas em outra. Quando estava solto, ele (Seco) atuava só no roubo. Presos, ele diversificou o ramo de atuação.
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* Zero Hora
Entrevista
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