Com a maior taxa nos últimos 16 anos, os juros do cartão de crédito assombram cada vez mais quem já faz deste recurso um pesadelo. Com juros que chegam a 13,37% ao mês e a 350,79% ao ano, uma dívida de R$ 1 mil pode chegar a assustadores R$ 8.388,55 em 12 meses caso seja feito apenas pagamento mensal do mínimo de 15%.
No mesmo ritmo, em cinco anos, a cifra pode ultrapassar os R$ 20 mil, segundo os cálculos do economista e educador financeiro Everton Lopes, feitos a pedido do Diário Gaúcho.
Pagar à vista ou parcelar: quando cada opção é melhor para o bolso
Para evitar que a dívida vire uma bola de neve, é preciso ter em mente que o pagamento mínimo da fatura jamais é recomendável. A primeira alternativa a ser adotada, na opinião de Everton, é avaliar se há algum bem que pode ser vendido para que lhe renda dinheiro.
Confira dicas para dificultar a clonagem do cartão de crédito pela internet
A segunda, embora mais embaraçosa, é identificar se você possui algum familiar ou amigo que poderia lhe emprestar o valor. Se nenhuma dessas possibilidades vingar, a melhor saída ainda é o empréstimo consignado - aquele que é descontado em folha de pagamento -, com taxa média de 4% ao mês.
Leia outras notícias de economia
O consultor financeiro André Massaro também assegura que o consignado é a melhor saída para quem não tem de onde tirar recursos. E para aqueles que são resistentes ao empréstimo, André provoca:
- Qual é o sentido de ser avesso a tomar um empréstimo e ficar devendo no cartão, que também é um empréstimo? A única diferença é que para ficar devendo no cartão você não fala com ninguém, não há interação humana no processo. No momento em que está fazendo um consignado, a pessoa tem que sentar e conversar com o banco. O empréstimo do cartão é o pior empréstimo, porque a pessoa nem sente que está fazendo.
Como o aumento de ICMS vai impactar no orçamento de uma família
Quanto mais fácil o crédito, maior a armadilha e maiores os juros. Ou seja, não há alternativa imediata. Enquanto a pessoa está pagando a dívida, ela precisa se conscientizar a mudar o comportamento, ressalta Everton:
- A pessoa só deve voltar a usar quando quitar a dívida e poder pagar a fatura de uma vez só. O cartão é um instrumento de crédito excelente, desde que se pague a conta integralmente.
Tendo em vista o aumento das taxas de desemprego e o mercado de trabalho desaquecido - o que representa uma preocupação a mais para as famílias, André sugere uma postura ainda mais firme frente à dívida:
- Se está com problema, você receber o 13º salário e esquece Natal, esquece férias, organiza sua vida. Vai doer, sua família vai ficar triste num primeiro momento mas num segundo vai ser melhor. É preciso ter uma postura defensiva, mudar o estilo de vida e consumir menos.
A BOLA DE NEVE SE FOR UMA DÍVIDA DE R$ 1 MIL
Confira como ficaria uma fatura de R$ 1 mil se você fizer todos os meses o pagamento mínimo de 15%, a juros compostos de 13,37%*:
Fique de olho
Um plano de ação para o seu cartão de crédito não virar uma cilada
Uma dívida de R$ 1 mil pode chegar a assustadores R$ 8.388,55 em doze meses segundo economista
Jeniffer Gularte
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project