A reclamação não vem apenas dos aliados, que terão de se desgastar votando o aumento do ICMS. Empresários que torcem pelo sucesso do governo José Ivo Sartori também cobram mais celeridade na apresentação de projetos e admitem que a resistência ao aumento do ICMS seria menor se o governo apresentasse o conjunto de medidas que pretende adotar. O temor de que o Piratini se contente com o aumento de impostos torna mais difícil para os aliados defender o projeto do governo.
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Um dos pontos que exasperam os aliados, especialmente os do PP, é a demora nas concessões e na apresentação da modelagem das Parcerias Público-Privadas. Passados mais de oito meses da posse, o governo patina e engessa as secretarias que, sem dinheiro para investir, dependem do setor privado.
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Um dos líderes do PP desabafa:
- As estradas estão se deteriorando e não temos nem sinal da concessão que permitiria duplicar trechos perigosos e conservar os trechos esburacados.
No caso das PPPs, a alegação é de que falta definir a modelagem e identificar as áreas em que é possível a parceria com o setor privado. Quando questionado sobre a morosidade, Sartori diz que é preciso ter paciência para não errar. Só que a paciência dos aliados está se esgotando junto com os argumentos para defender o aumento do ICMS.
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Uma líder empresarial que trabalha pela rejeição pondera:
- Se ele mostrasse que junto com o aumento do imposto vem a extinção de órgãos inúteis, a venda de imóveis e o corte de gastos supérfluos, até poderíamos apoiar, mas com essas medidas pingadinhas, somos contra.
No caso das concessões, o governador quer fazer um projeto casado com o governo federal e, por isso, não autoriza nem o pedágio na ERS-324, entre Passo Fundo e Marau. Conhecida como Estrada da Morte, é um dos trechos que o secretário Pedro Westphalen quer conceder à iniciativa privada, mas aguarda o aval do governador.
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A lentidão da máquina para colocar os processos em dia também retarda a venda de imóveis que só representam custo para o Estado.
O governo passado iniciou um censo para identificar a situação de cada imóvel e atualizar as matrículas, mas o processo anda a passos de tartaruga.
Opinião
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Rosane de Oliveira
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