Você está amedrontado com a sequência de crimes neste setembro sombrio no Rio Grande do Sul? Relaxe: as autoridades responsáveis pela segurança dizem que está tudo bem e que a culpa, claro, é da mídia, que dá ênfase a assaltos, roubos, homicídios, arrombamentos e até a esses crimes de menor potencial ofensivo, como o furto de um celular.
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Começou pelo governador José Ivo Sartori, dizendo que a situação não é diferente da de outros Estados. Seguiu com o secretário da Segurança, Wantuir Jacini, sustentando que não há motivo para pânico, porque neste ano a polícia já prendeu 70 mil criminosos e que a maioria das vítimas de homicídios tem antecedentes criminais. Se esses presos já estão nas ruas é porque o sistema legal permite o prende e solta, e não porque faltem vagas nos presídios, justifica.
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Na quarta-feira, no Gaúcha Atualidade, foi a vez de o procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles, dar sua contribuição para reforçar a percepção de que quem anda de carro oficial vive em outro mundo. Dornelles, assim como Sartori e Jacini, disse que não vê necessidade de pedir ajuda à Força Nacional de Segurança. Que confrontos como o que resultou na morte do empresário Elvino Nunes Adamczuk, 49 anos, mostram que a Brigada Militar está atuante.
Dornelles acrescentou que o socorro demoraria uma semana para chegar, embora a secretária nacional de Segurança, Regina Miki, tenha garantido que o reforço viria 48 horas depois de o governador formalizar o pedido. E sem custo para o Estado.
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Não dá para fazer de conta que está tudo bem quando se multiplicam as ocorrências e os criminosos tiram o sossego de comunidades como a de Maximiliano de Almeida, palco de dois assaltos simultâneos a bancos, com reféns.
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O pagamento, na sexta, de mais R$ 800 do salário atrasado será insuficiente para normalizar o serviço na área da segurança. Há uma crise sem precedentes e o primeiro passo para resolvê-la é reconhecer sua existência, reunir os responsáveis pelas instituições e traçar um plano de ação antes que se abram de vez as portas do inferno.
Opinião
Rosane de Oliveira: faz de conta que está tudo bem
Leia a abertura da coluna Política+ desta quinta-feira em ZH
Rosane de Oliveira
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