Ao ser traído por alguém, não raro se passa a usar a expressão "amigo da onça" para defini-lo. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, o adjetivo tem pouco a ver com algum trejeito de onça pintada. O Amigo da Onça, nome próprio, foi um personagem de cartum - um homem sem pescoço, com nariz comprido e bigode bem tratado, que satirizou costumes e épocas, lançou tipos e expressões populares e adquiriu importância tal que se incorporou, como personagem vivo, à realidade diária do Brasil dos anos 1940 desde sua publicação primeira, em outubro de 1943, nas páginas da revista O Cruzeiro.
Iotti: Amigo da Onça
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O nome do homenzinho de intenções questionáveis surgiu antes do personagem em si. A redação de O Cruzeiro teve a ideia de criar o cartum a partir de uma anedota famosa na época. Nela, há o diálogo entre dois caçadores:
Caçador 1: O que você faria se uma onça aparecesse?
Caçador 2: Ora, dava um tiro nela.
Caçador 1: Mas se não tivesse nenhuma arma?
Caçador 2: Então eu usava meu facão.
Caçador 1: E se estivesse sem facão?
Caçador 2: Subiria na árvore mais próxima!
Caçador 1: E se não tivesse nenhuma árvore?
Caçador 2: Sairia correndo.
Caçador 1: E se você estivesse paralisado?
Caçador 2: Mas você é meu amigo ou amigo da onça?
Um cara popular
Quem é o Amigo da Onça, que aparece na charge de Iotti desta quarta-feira
Personagem, cujo nome virou sinônimo de traidor no léxico popular, foi criado em 1943 na revista O Cruzeiro
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