A 3ª Delegacia de Polícia de Santa Maria investiga uma briga que começou na área VIP do Muzeo Pub, na Rua Dr. Bozano, na madrugada de quarta-feira. Como um dos envolvidos no tumulto é um policial federal, o delegado André Diefenbach deve procurar, na próxima semana, pelo delegado de Polícia Federal de Santa Maria, Getúlio de Vargas, para definir o futuro da investigação.
- Já solicitamos as imagens das câmeras de segurança do Muzeo e dos prédios vizinhos do estabelecimento. Como ainda não vi nenhum vídeo e não ouvi nenhum depoimento, não posso comentar o caso - explica Diefenbach.
A briga teria começado por volta das 4h. O policial federal registrou ocorrência afirmando ter visto duas pessoas brigando. Ele teria tentado apartar a briga quando levou um golpe, com uma garrafa, no rosto. O policial e um homem envolvido na briga teriam saído da boate e, em seguida, uma viatura do 2º Batalhão de Operações Especiais (2º BOE) chegou ao local.
Uma testemunha que estaria na festa entrou em contato com o "Diário" e relatou que viu o homem deitado no chão e o policial federal apontando a arma para ele. Segundo a testemunha, o policial estaria envolvido na briga, e não apenas tentado apartar. Assim como a testemunha, outras pessoas relataram que ouviram tiros na rua, em frente à boate.
O coronel Worney Mendonça, comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva Central (CRPO), explica que o próprio policial federal foi quem acionou a Brigada Militar. Ele já estaria do lado de fora do estabelecimento e teria dado voz de prisão ao homem envolvido na briga:
- Quando a viatura do BOE chegou ao local, o policial (federal) estava armado, e outra pessoa estava no chão, presa. Ele se identificou como policial. Como os dois estavam lesionados, a guarnição os encaminhou para o PA do Patronato e, depois, para a delegacia (Delegacia de Pronto Atendimento). O próprio policial federal apresentou a ocorrência na delegacia, porque foi ele quem efetuou a prisão.
Essa versão é a mesma relatada pelo major Cleberson Bastianello, comandante do 2º BOE. O policial federal teria levado 12 pontos no rosto por conta da garrafada. O "Diário" não teve acesso ao registro policial, que seria sigiloso.
O advogado do Muzeo Pub, Sandro Trentin, explica que, na tarde de quarta-feira, as imagens já haviam sido encaminhadas à polícia. Ele disse que os seguranças viram a briga e que, quando se aproximaram para agir, o policial se identificou e, por isso, os seguranças não agiram. Ele explica que a atitude do Muzeo será fornecer as informações para a polícia, sem entrar na discussão se a atitude do policial foi correta ou não:
- Não é possível ver se ele puxou a arma dentro da casa. Eram só duas pessoas brigando, não mais do que duas. E o policial tentou apartar, isso é claro na imagens. Ele chegou a observar a briga por alguns segundos e, depois, interferiu. Uma das pessoas da briga saiu para fora (do estabelecimento), e o policial saiu atrás.