O fundador do Wikileaks, Julian Assange, introduzirá um recurso em "instâncias internacionais", anunciou nesta terça-feira um de seus advogados, um dia após a Suécia rejeitar seu recurso contra a ordem de prisão por suposto estupro e agressão sexual.
Esta decisão "põe fim aos processos judiciais nacionais e, por isso, vamos acionar organismos internacionais", indicou o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón.
A defesa estuda "quais organismos internacionais serão acionados", de acordo com seu escritório.
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O australiano é alvo de um mandado de detenção europeu por acusações de estupro e agressão sexual na Suécia, em 2010, o que ele nega.
Assange está refugiado na embaixada do Equador de Londres desde 2012 para evitar a extradição à Suécia, temendo ser enviado aos Estados Unidos, onde está em curso uma investigação sobre a publicação em 2010 pelo WikiLeaks de 500.000 documentos militares confidenciais sobre a guerra no Afeganistão e Iraque e 250.000 telegramas diplomáticos que provocaram constrangimento a Washington.
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Baltasar Garzón, que se tornou famoso por ter prendido o ditador Augusto Pinochet em Londres em 1998, acredita que o Supremo Tribunal da Suécia se recusou "a comentar os atrasos injustificados devido à falta de ação" do Ministério Público, ou "a privação de liberdade de fato, sem qualquer garantia, durante quase três anos" de Julian Assange. Baltasar Garzon também reiterou a disposição de Assange de ser interrogado em Londres, "para acabar com essa situação de desamparo que o obriga a se esconder e que impede um julgamento justo".
*AFP
Wikileaks
Assange acionará 'instâncias internacionais'
Decisão põe fim aos processos judiciais nacionais
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