A Palestina aderiu oficialmente, nesta quarta-feira, ao Tribunal Penal Internacional (TPI), o que abre o caminho para que autoridades israelenses sejam julgadas por crimes de guerra ou crimes ligados à ocupação dos territórios palestinos.
Em uma cerimônia a portas fechadas na sede do tribunal em Haia, o ministro palestino das Relações Exteriores, Ryad al-Malki, recebeu uma cópia simbólica do Estatuto de Roma, o elemento constitutivo do TPI.
- A Palestina busca justiça, não vingança - disse o ministro à imprensa após a cerimônia, antes de pedir que Israel também entre para o tribunal.
Segundo ele, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, "não deveria ter medo".
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- Se Israel tem queixas (contra os palestinos), deveria apresentá-las ao TPI - afirmou Al-Malki.
Netanyahu acusa o governo palestino, incluindo o Hamas (que Israel considera uma organização terrorista), de "manipular" o tribunal.
Irritados com décadas de negociações em vão, sem qualquer perspectiva de ver a criação em breve do Estado que aspiram há anos, os palestinos decidiram partir para uma ofensiva diplomática internacional.
No fim de 2014, depois que o Conselho de Segurança da ONU rejeitou um projeto de resolução para acabar com a ocupação israelense em três anos, decidiram aderir ao TPI, que tem por objetivo julgar os acusados de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
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Ao mesmo tempo que solicitou a adesão ao tribunal de Haia, o presidente palestino Mahmud Abbas enviou à corte um documento para autorizar a promotora do TPI, Fatou Bensouda, a investigar os supostos crimes cometidos nos territórios palestinos no verão (hemisfério norte) de 2014.
A ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza em julho e agosto de 2014 para impedir o lançamento de foguetes pelo Hamas contra seu território deixou quase 2.200 mortos do lado palestino e 73 do lado israelense.
*AFP
Em busca de justiça
Palestina se torna oficialmente membro do Tribunal Penal Internacional
Adesão abre caminho para que autoridades israelenses sejam julgadas por crimes de guerra e ocupação de terrritórios
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