Em uma reviravolta surpreendente, a Suprema Corte da Itália anulou, nesta sexta-feira, a condenação da americana Amanda Knox e de seu ex-namorado italiano Raffaele Sollecito. Eles eram considerados culpados pela morte de uma estudante britânica com quem Amanda dividia um apartamento na cidade de Perugia, na Itália, em 2007, em um caso que ganhou repercussão internacional.
A disputa nos tribunais, que se estendeu por quase oito anos, teve origem quando a estudante Meredith Kercher, 21 anos, foi encontrada morta no apartamento onde morava com a colega americana. A jovem levou várias facadas e teve a garganta cortada. Amanda, 27 anos, e o namorado à época foram condenados pelo crime dois anos depois - mas o caso teria muitas reviravoltas.
Inicialmente, os promotores convenceram o tribunal de que Amanda teria levado Sollecito e um outro rapaz supostamente apaixonado por ela, Rudy Guede, a segurar a vítima enquanto a esfaqueava. Segundo a acusação, Meredith teria se recusado a participar de jogos sexuais envolvendo o trio em uma festa que também envolveria o consumo de drogas.
Guede, que teve um julgamento separado, foi condenado a uma pena de 16 anos. Depois de um novo exame das evidências do crime, em 2011, uma corte de apelação anulou a condenação do casal de namorados alegando falta de provas. Mas, pouco mais de dois anos mais tarde, um novo julgamento voltou a condenar a dupla - Amanda foi sentenciada a 28 anos de cadeia, e o ex-namorado, a 25 anos.
Todos alegaram inocência. Uma das principais provas da acusação era uma faca, encontrada na casa de Sollecito, que continha DNA de Amanda e da vítima. O laudo sempre foi questionado pela defesa dos réus.
Agora, conforme informações da rede CNN, o caso foi definitivamente encerrado pela Suprema Corte da Itália com a anulação do veredito anterior. Com isso, os dois estão absolvidos. Amanda voltou a viver nos EUA após ter sido solta, em 2011, mas poderia ser extraditada caso a condenação fosse mantida.