Em resposta às declarações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre as manifestações do último domingo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que cada um "ouve as vozes das ruas" e as interpreta de "acordo com as suas convicções".
Nesta segunda-feira, Cunha disse que não viu "ninguém nas ruas pedir reforma política", e sim "reforma de governo". Sobre a proposta apresentada pelo Palácio do Planalto de um pacote anticorrupção, Cunha ironizou, ao lembrar que há dois anos escuta o governo dizer que vai mandar as medidas para o Congresso.
- Evidentemente as pessoas ouvem as vozes das ruas e (as) interpretam de acordo com as suas convicções. A coordenação de governo, hoje, refletindo sobre aquilo que ouviu dessas manifestações, tem a avaliação de que há um questionamento, às vezes explícito - eu vi vários cartazes "reforma política" na manifestação ou nas manifestações de sexta e de ontem - e me parece que há um desconforto da população com o nosso sistema político, embora nem todos verbalizem dessa maneira - comentou Cardozo, durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
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- Eu sinto isso, por exemplo, quando nas manifestações líderes oposicionistas foram impedidos de falar, ou seja, há um desconforto com a política. Temos de refletir sobre isso. Há um desconforto dos brasileiros com os políticos e a política - prosseguiu o titular da Justiça.
De acordo com o ministro, que participou de reunião de coordenação com a presidente Dilma Rousseff e outros nove ministros no Palácio do Planalto, o sistema político brasileiro não permite que o cidadão se "sinta representado".
Desconforto
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Cunha disse que não viu "ninguém nas ruas pedir reforma política", e sim "reforma de governo"
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