A Polícia Civil decidiu abrir dois inquéritos sobre o caso de linchamento de um homem na madrugada de sábado, em Porto Alegre. Um pelo suposto sequestro relâmpago e outro pela tentativa de homicídio.
Acusado de sequestro-relâmpago contra duas jovens, Francisco da Silva Vargas teve a prisão preventiva solicitada pela delegada Raquel Dornelles, plantonista da 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), que atendeu à ocorrência.
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Usando uma arma de plástico, Vargas havia abordado duas irmãs, que saíam de uma festa, nas proximidades da esquina da Avenida Venâncio Aires com a Rua General Lima e Silva, no bairro Cidade Baixa. Ameaçada pelo criminoso, que entrou pelo banco de trás após exibir a arma, a motorista conduzia o seu carro em direção à Zona Sul.
Cinco amigos das jovens, avisados por um flanelinha, que teria visto o momento em que o homem entrou no veículo, passaram a seguir o trio em dois automóveis. Na Avenida Getúlio Vargas, no bairro Menino Deus, eles interceptaram o carro e capturaram o criminoso, que acabou agredido a socos e pontapés. Vargas ficou caído no asfalto até a chegada da ambulância e, ontem à noite, permanecia internado em estado grave na UTI do Hospital de Pronto Socorro (HPS).
Em entrevista à Rádio Gaúcha, uma das vítimas do sequestro relâmpago contou que o homem conseguiu surpreendê-las no momento em que entravam no veículo.
- Ele estava com a arma em mim. Até então era de verdade (não de plástico). Ele estava o tempo inteiro dizendo "não façam nada que eu não diga, vão sempre reto, vão para o morro".
Registrada pela Brigada Militar na 2ª DPPA, a ocorrência deve ser encaminhada hoje à 1ª Delegacia de Polícia da Capital.
- Independentemente de ocorrer óbito, a ocorrência irá virar dois inquéritos: contra ele (Vargas), pelo suposto sequestro relâmpago, e outro para investigar os autores da agressão por tentativa de homicídio - adianta o delegado César Carrion, da 1ª DP.
*Zero Hora e Rádio Gaúcha