Acionistas minoritários gaúchos entram na Justiça contra Petrobras

No próximos dias, seis acionistas minoritários gaúchos entrarão na Justiça, de forma individual, para recuperar perdas decorrentes da compra de ações da Petrobras. Representados pelo advogado Francisco Antônio Stockinger, de Porto Alegre, eles pedirão indenização financeira para reparar perdas acumuladas com a queda do preço das ações da estatal nos últimos anos.

De acordo com Stockinger, seus clientes pagaram, em 2008, cerca de R$ 48 por ação. No fechamento desta terça-feira, o valor do papel ficou em pouco menos de R$ 9. O advogado explica que o pedido dos clientes será para reaver a diferença, descontada a queda do Ibovespa (um dos mais importantes indicadores do desempenho das cotações de ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo) de cerca de 25% no mesmo período.

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Conforme Stockinger, a administração da estatal deve ser responsabilizada pela "gestão com dolo", mas a União também tem parcela de culpa por ter indicado os diretores da Petrobras.

- A ação vai ser proposta contra a União, na qualidade de acionista controladora, por ter indicado os diretores da estatal a partir da indicação de partidos políticos, facilitando, assim, a composição dentro do Congresso. Aí começaram as fraudes, os desvios de recursos aos partidos políticos. E contra a Petrobras, pela administração com dolo - afirma Stockinger.

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Entre os argumentos citados pelo advogado contra a Petrobras - que, segundo ele, contribuíram para a perda no valor patrimonial da empresa - estão o superfaturamento da refinaria Abreu e Lima, de Pernambuco, prejuízos na compra da refinaria de Pasadena (USA), e o acordo com a empresa boliviana YPFB, que permitiu a diminuição do potencial calorífico mínimo do gás entregue ao Brasil, sem que houvesse a redução do preço.

- Como processo, é impossível dar garantia de que iremos ganhar, mas entendo que os acionista têm o Direito do lado deles. Isso poderá influenciar, inclusive, processos de outros acionistas pelo país - acredita o advogado.

* Zero Hora