Mais três pessoas foram presas por envolvimento na fraude do leite no Rio Grande do Sul. Os mandados foram cumpridos em Guaporé e são resultado da continuidade das investigações de etapas anteriores da Operação Leite Compen$ado do Ministério Público Estadual. Foram presos Luís Vincenzi, o filho dele Leandro Vincenzi e a nora Daiane Ampese Vincenzi. Na primeira fase da Operação Leite Compen$ado, Leandro e o pai foram denunciados por envolvimento no esquema de adulteração de leite. Eles são sócios da empresa LTV, que fraudava o produto. Conforme as investigações, Leandro era o mentor do esquema criminoso. Segundo o promotor Alcindo Bastos, ele é um dos maiores fraudadores de leite do Estado.
"Mesmo no tempo que ele esteve recolhido no Presídio, entre maio e dezembro do ano passado, a própria mulher dele e o pai assumiram as rédeas da Pavilat para a mesma coisa, recebimento de leite de qualquer origem, recuperação de leite com adição de produtos químicos e industrialização no mercado", destaca o promotor.
Leandro havia sido solto em dezembro em razão de um habeas corpus do Tribunal de Justiça. Os promotores que atuam no caso afirmam que ele é uma espécie de sócio oculto da Pavlat, empresa que recebia leite adulterado da LTV. Já a esposa dele Daiane assumiu as funções do marido, enquanto ele estava preso. Ainda de acordo com o Ministério Público, Luís, pai de Leandro, era responsável por adquirir e administrar os produtos químicos utilizados na preparação da mistura adicionada criminosamente ao leite (soda cáustica, sal, bicarbonato de sódio e ureia contendo formaldeído), além de atuar como "olheiro", já que observava a movimentação dos fiscais do Ministério da Agricultura e orientava os motoristas em caso de fiscalização.
Em sua decisão, a Juíza de Teutônia, Patrícia Stelmar Netto, destaca: "este juízo continua afirmando que se trata de um envenenamento em massa, beirando ao genocídio, contra os consumidores de leite e seus derivados, um crime hediondo, com consequências graves e sérias à população". Também que "a saúde pública é vilipendiada, porque as pessoas nem desconfiam que estão bebendo ou consumindo derivados de leite contendo formol, água oxigenada, citratos, sacarose, água (sabe-se lá de onde), dentre outros. A dimensão danosa da conduta dos investigados é imensurável, já que ataca a própria saúde, boa-fé e dignidade do ser humano".
A Rádio Gaúcha tenta contato com as empesas investigadas pelo Minsitério Público e com os advogados dos presos.