A área invadida na zona norte da Capital, no Bairro Humaitá, na última semana, foi doada, há quase três anos, ao município. Em contrato assinado em dezembro de 2011, a união fez a doação do terreno, dando prazo de dois anos para a prefeitura fazer a regularização da área para a habitação de famílias de ferroviários que já moravam no local. Passados oito meses do fim do prazo, o Executivo ainda não concluiu o processo.
Segundo o diretor-adjunto do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Marcos Botello, os estudos para a regularização da área já foram iniciados. Contudo, ele garante que o processo é complexo.
"Acabamos agora o laudo ambiental, que indicou a contaminação do lençol freático do local. Então, temos que achar uma solução para isso, para depois seguir com os demais estudos. A regularização fundiária tem várias etapas que precisam ser vencidas e isso não se dá em dois anos", explica.
A conclusão dos estudos ainda pode levar até três anos, segundo o diretor. Na área, serão construídas casas do programa Minha Casa, Minha Vida, para assentar 100 famílias ligadas à Cooperativa de Ferroviários, que já vivem no local. Parte delas invadiram, desde a última semana, o terreno onde as casas serão levantadas. Segundo um dos organizadores da ocupação, Wagner Machado, ele e a mulher são cadastrados pela cooperativa para receber moradia do projeto.
"Nós estamos aguardando nossa casa há anos. O prazo venceu e a prefeitura nunca fez nada", reclama Machado.
A prefeitura diz que vai pedir a reintegração de posse do terreno invadido recentemente pelas famílias, e nega que na invasão haja pessoas contempladas pelo programa do executivo.