A partir da reportagem Lições da Turma 11F, publicada no último domingo, revelando o cotidiano de uma sala de aula em uma das maiores e mais tradicionais escolas públicas no Estado, pesquisadores da área apresentam a seguir estratégias para enfrentar cinco imbróglios da educação gaúcha. São temas que, ao longo do ano letivo de 2013, mobilizaram alunos e professores no Colégio Julio de Castilhos, mas que desafiam toda a rede estadual.
* Em página especial, leia a íntegra da reportagem
Enquanto a Secretaria da Educação considera um caso isolado o retrato descrito na reportagem Lições da Turma 11F, pesquisadores e leitores que vivenciam situações semelhantes em outras instituições do Estado identificam desafios comuns a serem superados para melhorar a qualidade do ensino gaúcho.
Para desatar esses nós, cinco especialistas em educação concordam que são necessárias medidas de longo prazo, com aumento no investimento em formação de professores e uma profunda revisão no modelo educativo, para que o ambiente escolar volte a fazer sentido para os estudantes.
Fruto do acompanhamento de uma turma de primeiro ano do Ensino Médio no Colégio Julio de Castilhos durante todo o ano letivo, a reportagem narrou questões como a recorrente falta de professores e as controvérsias que envolvem a implantação do Ensino Médio Politécnico, criticado por boa parte do quadro docente como uma manobra do governo para facilitar a aprovação, maquiando índices de evasão e repetência.
Apesar de admitir que existem outros focos de resistência à reforma do ensino, o secretário da Educação, Jose Clovis de Azevedo, negou, em entrevista concedida na segunda-feira, que o cenário descrito na publicação reflita a situação de toda a rede estadual. Sustentando que os problemas seriam específicos do Julinho, devido à "má gestão", determinou a abertura de uma sindicância na escola para apurar irregularidades.
O sindicato dos professores reagiu, anunciando que irá defender a escola.
- Não vamos admitir que o governo jogue sobre os ombros dos trabalhadores sua incompetência e a falta de priorização da educação. Essa escola é o reflexo do que acontece em todas as escolas, não é um caso isolado - afirmou a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, que compareceu ao Julinho para oferecer assessoria jurídica.
* Em Lições da turma 11F acompanhamos os problemas da Escola Estadual Júlio de Castilhos. De acordo com o secretário estadual da educação, este é um caso isolado. Qual a sua opinião? Deixe seu comentário e conheça a opinião de outros leitores.