A partir de hoje, com o lançamento do projeto de open data do Poa Digital - setor da prefeitura responsável pelas iniciativas ligadas à área digital -, programadores, empresas e qualquer cidadão terão acesso a números em linguagem acessível, para que possam usá-los no desenvolvimento de aplicativos e sites que promovam melhorias à cidade. Responsável pelo projeto de open data na cidade americana de São Francisco, Brian Purchia veio a Porto Alegre para dar início aos trabalhos e à divulgação das ações.
Dados são rastros. Criminalidade, transporte, uso dos serviços de educação e saúde, praticamente tudo pode ser mensurado. A prefeitura, por sua vez, tem acesso a essas estatísticas e o dever de deixá-las disponíveis para a população. A questão é: o que se pode fazer com isso?
Segundo o responsável pelo Poa Digital, Thiago Ribeiro, o que se fará com esses dados vai depender das mentes criativas do município. O objetivo é também fazer com que se fomente empresas e pessoas interessadas em por criar - com ou sem a ideia de ter lucro - produtos a partir dos dados da cidade. Por exemplo: os horários de ônibus e lotações estão entre os 30 grupos de informações já disponibilizadas pela Procempa em linguagem pronta para os desenvolvedores.
- Porto Alegre é vista como líder ao redor do mundo em termos de participação popular, por conta do Orçamento Participativo. Então, a ideia de envolver a comunidade de Tecnologia da Informação (TI) em torno do open data é algo natural. E não há ninguém, pelo que vejo, fazendo isso no Brasil - comenta Purchia
Se alguém tiver a ideia de fazer um aplicativo com o transporte público, poderá avisar ao usuário, baseado em sua geolocalização, qual a linha que passa em determinado local e que horas deve chegar o próximo veículo. Essas informações podem ser coletadas diretamente no Data Poa. Depois de pronto, o aplicativo pode ou não ser submetido ao crivo da prefeitura, que dará um selo de aprovação e divulgação para as iniciativas que julgar interessantes para a comunidade.
Purchia ressalta a importância de todas as áreas do governo municipal estarem dispostas a colaborar, liberando os dados. Esse também é um desafio que o projeto enfrenta: convencer as diferentes secretarias que liberar essas informações para a população pode ser benéfico. Para o prefeito José Fortunati, ainda que haja alguma resistência, isso deve acontecer naturalmente conforme os resultados positivos aparecerem.
Uma organização chamada Cite (abreviação para Cidadãos, Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo) foi parceira da prefeitura na ideia da implantação do open data.
TECNOLOGIA DIGITAL
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