Quem tomava chimarrão no Parque Farroupilha na tarde deste domingo foi surpreendido por uma ação inusitada: um carro de som se posicionou próximo ao chafariz e um grupo de pessoas começou a dançar uma coreografia ensaiada. Depois, começaram a chamar os "curiosos" para dançar junto. Uma faixa pedindo paz na Cidade Baixa foi estendida ao fundo.
A atividade foi gravada em vídeo para ser difundida na Internet, dando corpo à campanha pelo entendimento entre moradores, comerciantes e frequentadores de bares da Cidade Baixa, conhecida como o bairro boêmio da Capital. É a proposta das flash mobs, ações como a que foi realizada esta tarde na Redenção.
- Quando se iniciou a luta pela reorganização da Cidade Baixa, começamos um trabalho de conscientização junto aos frequentadores para que não fizessem aglomeração e algazarra na rua. Cada um precisa fazer a sua parte para não destruir a Cidade Baixa - diz Liza Bento, dona de um bar no bairro.
A dança foi coreografada pela produtora Pé na Lata, que também mobilizou os participantes e será encarregada de divulgar a atividade nas redes.
- Queremos espalhar para a maior quantidade de pessoas a mensagem de que a Cidade Baixa precisa da ajuda de todos - comenta Douglas Alves.
De acordo com o major Luis Ulisses Rodrigues Nunes, da Brigada Militar, desde o dia 6 de outubro, operações têm sido feitas nos pontos críticos do bairro, a fim de reduzir reclamações por perturbação do sossego. De lá para cá, foram registradas 2,6 mil ocorrências, sendo que, de 1º a 13 de dezembro, foram registradas apenas 12. Tráfico de drogas, brigas, furtos e infrações de trânsito também têm sido combatidos nas barreiras estáticas montadas pela polícia no bairro, de quinta-feira a domingo.
Diversão sem algazarra
Frequentadores da Cidade Baixa realizam ação criativa pela paz no bairro
Objetivo é promover o diálogo entre moradores, comerciantes, poder público e frequentadores de bares da região
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