Caxias do Sul
Um ônibus que carrega as bikes
Com mais de 240 mil veículos, a cidade busca desafogar suas ruas. O esforço envolve poder público, empresa de transporte e grupos de ciclistas, como a Associação Caxiense de Ciclismo.
Uma das medidas executadas integra bicicletas e ônibus. Em quatro estacionamentos, a Viação Santa Tereza (Visate) permite que seus usuários guardem as magrelas e subam no coletivo. A empresa pretende ampliar a iniciativa por meio de uma parceria com uma rede de postos de combustíveis. Serão mais 17 estacionamentos, com média de quatro vagas.
Outra ação prevê a confecção de um suporte para fixar as bicicletas nos ônibus, permitindo que o usuário pedale até a parada, coloque a bike no acessório, cumpra a viagem e volte a pedalar.
Canoas
Estacionamento junto ao trem
Com 323,8 mil habitantes, Canoas planeja integrar as bicicletas ao trensurb. O projeto prevê instalar estacionamento para as bikes nas seis estações do trem no município. Cada espaço abrigaria entre 50 e cem bicicletas.
- É uma forma de incentivar o uso da bicicleta e diminuir a quantidade de carros nas ruas - explica Luiz Carlos Bertotto, secretário de Transporte e Mobilidade do município.
Com a direção da Trensurb, a secretaria negocia com um futuro patrocinador da iniciativa. A possível integração entre bikes e trem reforçará a necessidade de mais estrutura. Atualmente, há uma ciclovia na cidade, na Avenida Rio Grande do Sul, que, sem manutenção, está em estado precário. A prefeitura pretende recuperá-la.
Pelotas
Ciclofaixa tem, falta mais respeito
Com relevo plano, dotada de ruas largas, Pelotas tem vocação para bikes. No entanto, quem pedala cobra mais estrutura. Grupos como o Movimento de Usuários de Bicicletas de Pelotas (MUBPel) militam pela causa.
Atualmente, segundo a prefeitura, são 18,27 quilômetros de malha cicloviária, distribuídos em pontos importantes da cidade, como as avenidas Duque de Caxias e Dom Joaquim. No entanto, usuários reclamam da invasão dos carros nas ciclofaixas e de demora na criação de novos espaços.
- Na prática, aqui as bicicletas ainda são um incômodo no trânsito - protesta Maurício Polidori, ciclista e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Rio Grande
Mania da praia para a cidade
Por sua topografia plana, Rio Grande é um convite a pedalar. Pela estrutura ofertada aos ciclistas, nem tanto. O município do sul do Estado, conhecido pelas bicicletas que invadem a praia do Cassino todos os verões, tem oito quilômetros de ruas destinados às bikes. Em dois anos, a prefeitura pretender chegar a 42 quilômetros.
No ano passado, a Universidade Federal do Rio Grande (Furg) apostou no empréstimo gratuito das magrelas para alunos e servidores: 50 unidades, que só podem circular dentro do Campus Carreiros. Em média, são 20 empréstimos por dia.
Agora, a Furg prepara a entrega de 10 bicicletas para duas casas de estudantes, a fim de facilitar os deslocamentos.
Santa Maria
Mais coletivos e bikes nas ruas
Em Santa Maria, os espaços destinados aos ciclistas são reduzidos. No entanto, pedalar consta na equação que tenta resolver os gargalos do sistema viário de uma cidade que roda muito em quatro rodas: com cerca de 261 mil habitantes, o município tem mais de 110 mil veículos, conforme o Departamento Estadual de Trânsito.
- O transporte prioritário do santa-mariense é o carro particular, o que ajuda a congestionar as nossas vias - aponta Fábio Müller, vice-presidente do Escritório da Cidade, que responde pelo planejamento urbano do município.
Para resolver o problema, o escritório busca conceitos de mobilidade sustentável, com mais opções de transporte coletivo e bicicletas e menos carros nas ruas.
Um outro mundo lá fora
Copenhague
Com 350 quilômetros de ciclovias, semáforos exclusivos para bikes e preferência nos cruzamentos para os ciclistas, a cidade agiliza os trajetos de quem pedala. Mais de um terço da população usa a bicicleta em seus deslocamentos diários. Além de estacionamentos exclusivos para as magrelas, o empréstimo é gratuito em diversos pontos de Copenhague. É possível retirar o veículo, andar e devolver em outro ponto.
Bogotá
A capital colombiana apostou na CicloRuta. São mais de 300 quilômetros de vias exclusivas para bicicletas - a intenção é chegar aos 500 quilômetros. A malha liga pontos importantes da cidade, passando ao lado de ruas principais, intermediárias e pelos parques. Nos domingos e feriados, Bogotá também oferece ciclofaixas em áreas que ficam interditadas para carros.
Barcelona
Com faixas exclusivas para os ciclistas em suas principais vias, Barcelona se destaca por um sistema de aluguel de bikes chamado Bicing. Disponível em toda a cidade, tem mais de 400 estações de retirada e devolução, próximas de acessos a metrô, trem e prédios públicos. É possível pegar a bicicleta, pedalar até um destino e devolvê-la em outro ponto.
Amsterdã
Na cidade holandesa, quase metade dos deslocamentos são feitos de bicicleta. Pedalar faz parte da cultura local. A capital oferece bikes para locação, sinais de trânsito exclusivos, vias destinadas somente para bicicletas e grandes estacionamentos, muitos gratuitos, em diversos pontos da cidade.
Munique
A cidade alemã destaca-se pela quantidade de ciclovias: são 1,2 mil quilômetros. Também há empréstimos de bicicletas e muitos roteiros turísticos. Os governantes seguem investindo para que os moradores pedalem mais, diminuindo o uso dos carros, ainda alto.
Paris
A cidade, que ampliou sua rede de ciclovias, também tem seu sistema de empréstimo de bicicletas, o Vélib. A soma chega nas 20 mil bikes disponíveis em centenas de estações, a fim de auxiliar no transporte público.