A lenda do wrestling Mijaín López irá em busca do quinto ouro olímpico, feito jamais alcançado por outro atleta. Ele avançou à final na categoria acima dos 130kg após derrotar Sabah Saleh Shariati, do Azerbaijão, nas semifinais nesta segunda-feira (5). O gigante cubano, 41 anos, está invicto desde Pequim 2008. Esta será a última luta da sua carreira, conforme já havia anunciado.
O adversário na disputa pelo ouro será um conterrâneo. Yasmani Acosta nasceu em Cuba, mas está participando dos Jogos pelo Chile
— Com Acosta tivemos uma irmandade. Sempre fomos amigos da luta — disse López à AFP. — Em Cuba ele era a segunda figura da minha divisão. Agora está no Chile, e continuamos com essa mesma irmandade.
Embora o rival o conheça perfeitamente, Mijaín não tem dúvidas de que conseguirá vitória e superará os outros vencedores com quatro ouros: os americanos Michael Phelps, Carl Lewis, Al Oerter, Vincent Hancock e Katie Ledecky, o dinamarquês Paul Elvstrom e o lutador japonês Icho Kaori.
Após terminar em quinto lugar em Atenas 2004, López construiu seu legado olímpico ao conquistar os títulos em Pequim-2008, Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020. Embora não competisse desde Tóquio, López não deu sinais de inatividade nesta segunda-feira (5) em sua primeira vitória retumbante por 7 a 0 sobre o sul-coreano Lee Seungchan.
Uma hora depois, ele derrotou o campeão mundial Amin Mirzazadeh por 3 a 1, concedendo um ponto que negou a todos os seus rivais de Tóquio-2020. Nas semifinais da noite, ele impôs seu enorme poder e incrível velocidade para superar Shariati por 4 a 1.
Seu treinador, Raúl Trujillo, disse à AFP que não está preocupado com o desgaste do combate no físico veterano deste gigante de quase dois metros.
— Mijaín se recupera muito bem. O modelo de treinamento que utilizamos é muito bom e antes de três minutos ele está totalmente recuperado — disse Trujillo. — Preservamos ele porque é um atleta idoso e não precisa de tantas competições. É um esporte muito traumático.
Um quinto ouro para Mijaín seria uma injeção de alegria para Cuba, que até agora só conquistou três medalhas em Paris, e também a tão sonhada despedida de um atleta que sofreu apenas uma derrota em 22 lutas olímpicas.