O Comitê Olímpico do Brasil (COB) publicou, na manhã desta terça-feira (30), uma nota oficial sobre o desligamento da nadadora Ana Carolina Vieira durante as Olimpíadas de Paris. Após ser expulsa da equipe no último domingo (28) por "má conduta", a atleta publicou uma série de vídeos nas redes sociais, informando que denunciou um caso de assédio.
Na nota, o comitê garantiu que sua atuação foi pautada “pelo respeito, atenção e cuidado à atleta em razão do momento delicado pelo que ela passava”. Antes disso, o COB havia confirmado ao ge.globo que estava apurando se a nadadora havia feito a denúncia antes dos Jogos Olímpicos.
Ana Carolina foi expulsa da deleção brasileira por sair da Vila Olímpica sem permissão. Em seus vídeos, ela negou que tenha tido qualquer "má conduta" em Paris e afirmou que pediu para ter contato com seu psiquiatra após o anúncio da expulsão, mas não foi atendida. Também disse que teve que deixar a Vila Olímpica imediatamente.
O COB respondeu a essas acusações afirmando que durante todo o processo a atleta esteve acompanhada da Oficial de Salvaguarda e líder do Esporte Seguro da Missão Brasileira em Paris, que lhe prestou apoio. Também ressaltou que Ana Carolina “falou com a mãe, com o psicólogo da delegação, arrumou suas malas e teve acesso irrestrito a alimentação e hidratação antes de se dirigir ao aeroporto”.
Em relação ao caso que a nadadora afirma ter denunciado, o comitê destacou que eventuais fatos que tenham sido objeto de denúncia por parte da atleta por meio dos canais de atendimento e apoio do COB não têm qualquer relação com o ocorrido nos Jogos Olímpicos de Paris. “Portanto, não serão objeto de comentários por parte do Comitê Olímpico do Brasil, principalmente porque tais denúncias são sigilosas e dependem de averiguação da área de compliance, que age com total autonomia em relação ao executivo do COB”, enfatizou a nota.
O comitê ressaltou, contudo, que “não existem denúncias pendentes referentes a atletas ou membros do corpo técnico da natação” vinculados à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).
“O COB reitera que o respeito entre todas as pessoas que atuam em suas Missões é um valor fundamental e norteador das nossas ações. Além disso, o COB acredita que o acolhimento e cuidado com todas as pessoas que integram a Missão, independentemente dos atos praticados e das sanções aplicadas, deve sempre ser assegurado”, finalizou o comitê.
Entenda o caso
O COB puniu Ana Carolina e o também nadador Gabriel Santos no domingo, por atos de indisciplina em Paris — os dois teriam deixado a Vila Olímpica sem autorização durante a noite de sexta-feira.
Gabriel, que tem vaga no revezamento 4x100m livre, foi advertido, enquanto Ana foi cortada dos Jogos. Segundo o COB, a punição dela foi maior porque a atleta teria reagido de forma desrespeitosa e agressiva, contestando a decisão técnica tomada pela comissão da Seleção Brasileira de Natação. Ela tinha vaga para os revezamentos 4x100m livre e o 4x100m medley.