Empates são raros na natação, ainda mais em Jogos Olímpicos. Porém, na edição Rio 2016 a raridade já está virando rotina. Na final dos 100m livre feminina, a norte-americana Simone Manuel e a canadense Penny Oleksiak fizeram exatamente o mesmo tempo (52s70) e tiveram que "dividir" a medalha de ouro. O mesmo ocorreu na final do 100m borboleta, onde Michael Phelps fez o mesmo tempo (51s14) que o sul-africano Chad Le Clos e que o húngaro Laszlo Cseh. Todos faturaram a medalha de prata.
Mas existe uma razão que facilita a igualdade: desde 1972, a Fina não mede os tempos dos nadadores em milésimos. A Omega, empresa suíça responsável pela cronometragem da natação desde 1932, possui o sistema de precisão em milésimos. Porém, a Fina não utiliza o recurso para minimizar uma possível imprecisão na chegada do atleta.
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A placa de batida dos nadadores tem 12 milímetros de espessura. Para parar o placar, ela tem que ficar com a espessura de 10 milímetros. Ou seja, a força tem que ser suficiente para apertá-la em dois milímetros.
Nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, o norte-americano Tim McKee e o sueco Gunnar Larsson empataram em primeiro nos 400m medley. Na ocasião, os juízes decidiram que um vencedor deveria existir, a Omega desempatou e deu a vitória por dois milésimos para o McKee.
Depois da polêmica, a Fina afirmou que "não poderia ser construída uma piscina de 50 metros que seja tão precisa até os milímetros". A partir disso, os milésimos nunca mais foram utilizados, e a entidade começou a julgar apenas os centésimos de segundo.
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