
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) vive mais um episódio de turbulência na gestão do presidente Mohammed Ben Sulayem. Nesta quinta-feira (10), o vice-presidente Robert Reid anunciou sua renúncia ao citar "quebra dos padrões de governança" e criticar a atual administração da entidade.
A despedida de Reid é o mais recente sinal de descontentamento com a direção tomada pela FIA sob o comando de Ben Sulayem, cujo mandato tem sido marcado pela saída de vários funcionários de alto escalão nos últimos meses.
— Assumi essa função para ajudar a proporcionar maior transparência, governança mais forte e liderança mais colaborativa. Com o tempo, esses princípios foram cada vez mais deixados de lado e não posso mais, de boa fé, continuar fazendo parte de um sistema que não os reflete mais — disse Reid, em comunicado.
Em um dos trechos do comunicado, Reid contestou a liderança de Ben Sulayem, eleito presidente da FIA em dezembro de 2021 para suceder Jean Todt.
— O automobilismo merece uma liderança baseada em integridade, responsabilidade e respeito pelo processo. Este é o padrão mínimo que devemos esperar e demandar — escreveu o agora ex-dirigente da FIA.
Os últimos meses têm sido de conflitos internos e externos na FIA. A federação bateu de frente até com pilotos da Fórmula 1 quando Ben Sulayem passou a repreender publicamente os pilotos por usarem palavrões nas entrevistas oficiais dos GPs. As novas regras introduzidas para este ano permitem à FIA suspender os atletas que usem tais palavras de forma recorrente façam declarações políticas.
Um dos alvos da FIA foi Max Verstappen. O tetracampeão mundial chegou a adotar a estratégia de falar o menos possível nas coletivas após sofrer uma punição por proferir palavrões. No mês passado, os pilotos do Mundial de Rali boicotaram entrevistas para protestar contra uma multa aplicada a um piloto que usou palavrões em uma entrevista.