
Os dois torcedores colombianos mortos em uma sequência de brigas no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, eram membros de uma mesma torcida organizada do Atlético Nacional de Medellín. Segundo comunicado da própria "Banda Pirata", Alejandro Lopera Zuluaga e Victor Manuel Velásquez Cartagena, ambos de 27 anos, eram membros ativo que acompanhavam e viajavam há anos para acompanhar o clube em competições.
Segundo o comunicado, as brigas não envolveram membros de outras organizadas e ocorreram por conta de intolerâncias em momentos de "tensão e calor".
As torcidas do Atlético Nacional são divididas em dois grupos rivais, que precisaram ser separadas até dentro do Beira-Rio. No entanto, as mortes não estão relacionadas a este contexto.
Segundo a investigação, após a partida aconteceram vários conflitos entre os torcedores do time colombiano. A confusão se estendeu pela madrugada de sexta-feira (11). A briga fatal aconteceu em torno das 3h30min da manhã.
— Foram diversas brigas. A confusão entre eles foi tamanha que levamos cerca de quatro horas para identificar o vídeo exato da briga que resultou na morte do primeiro agressor (Alejandro) — disse o diretor do Departamento de Homicídios, delegado Mário Souza.
Na origem, o torcedor identificado como Alejandro atacou Victor com golpes de faca. Depois, em uma possível represália, um grupo que tinha entre oito e nove torcedores colombianos perseguiu Alejandro. Ele tentou entrar em uma lancheria, que estava baixando a cortina de ferro, nas proximidades da Rua João Alfredo, mas os agressores conseguiram puxá-lo para fora.
Uma câmera de segurança flagrou o momento em que Alejandro é espancado, inclusive com uso do que aparenta ser uma barra de ferro. O homem foi golpeado por cerca de um minuto e meio.
Veja vídeo da briga
Alejandro, que foi o primeiro a agredir, acabou morrendo primeiro, ainda na madrugada. Victor, que havia sido esfaqueado, faleceu na noite de sexta-feira, quando estava no Hospital de Pronto-Socorro (HPS).
— O primeiro ato está esclarecido e encerrado. O responsável (Alejandro) morreu. Estamos focados em prender os envolvidos no segundo ato — diz o delegado Souza, citando os homes que perseguiram e espancaram o torcedor.
Segundo a Polícia Civil, o foco é evitar que envolvidos no crime saiam do Brasil. Por isso, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal também estão auxiliando nas buscas por suspeitos.
A Polícia Civil destaca que informações sobre o caso podem ser transmitidas pelo disque denúncia do DHPP: 0800-642-0121. O serviço é gratuito e anônimo.