Após derrota na partida de estreia na Copa Sul-Americana contra o Huracán, na Neo Química Arena, o Corinthians viaja a Colômbia nesta terça-feira para enfrentar o América de Cali pela segunda rodada da competição continental. Mesmo com o título inédito em jogo na competição, Ramón Díaz não deve priorizar o torneio internacional nesta temporada - ao menos nestas fases iniciais do torneio.
Contra o América, o Corinthians treinou uma formação alternativa: Matheus Donelli; Matheuzinho, André Ramalho, Félix Torres e Matheus Bidu; José Martínez, Ryan e Maycon; Romero, Héctor Hernández e Talles Magno. Destes, apenas Matheuzinho, Félix Torres e Martínez são titulares da equipe alvinegra.
Essa mudança para o confronto também se deve às baixas no elenco. Do time que conquistou o Paulistão diante do Palmeiras, Hugo Souza, Gustavo Henrique, Fabrizio Angileri, Rodrigo Garro, e Memphis Depay estão no departamento médico. Igor Coronado, que foi opção na Sul-Americana de 2024, também está sem condições de jogo.
A mudança no ataque, no entanto, evidencia quais serão as prioridades de Ramón neste ano. Sem Yuri Alberto e Memphis Depay, que seriam opções para a partida desta terça-feira, o Corinthians centra seus esforços na disputa do Brasileirão. Esse é o motivo principal para que chegue à Cali com um equipe mista em comparação àquela que foi a campo contra o Vasco - vitória por 3 a 0 neste domingo.
Ramón e Emiliano Díaz têm como meta evitar "sustos" no Brasileirão deste ano, da mesma forma que ocorreu na última temporada. Em determinado momento da competição, antes de duelo com o Athletico-PR, o Corinthians chegou a ocupar a 19ª colocação. Conseguiu se recuperar na reta final, engatando uma sequência de vitórias consecutivas, que alçou a equipe à fase preliminar da Libertadores, mas a comissão técnica trabalha para não repetir os mesmos erros de 2024.
"Qualquer liga que jogamos é prioridade, ainda mais o Brasileirão, que tivemos um momento que sofremos e não queremos que volte a acontecer. Claro que vamos dar prioridade ao Brasileirão. Na Copa pode ficar fora, mas se acontece o rebaixamento é uma catástrofe", afirmou Emiliano, em entrevista coletiva após a vitória sobre o Vasco.
Neste ano, o Corinthians teve uma maratona de jogos nos primeiros quatro meses. Além do título paulista, o Corinthians disputou quatro jogos pela fase preliminar da Libertadores, contra Universidad Central, da Venezuela, e Barcelona de Guayaquil, mas não conseguiu garantir uma vaga à fase de grupos do torneio.
Agora, na Sul-Americana, o Corinthians adota uma postura semelhante à que teve nos últimos dois anos, em que também disputou a competição. Nas duas últimas temporadas, a equipe foi eliminada somente na semifinal (contra Fortaleza e Racing, respectivamente) e utilizou equipes mistas na fase de grupos, até chegar às fases finais da disputa. Em ambos os anos, Copa do Brasil e Brasileirão surgiram como prioridades da comissão técnica.
"É algo lógico, não pode rebaixar na copa. No Brasileirão, sim. Se baixar a guarda, está outra vez em uma zona difícil, que custa muito a sair. Não queremos que o Corinthians viva nunca mais o que viveu, pelo menos enquanto estivermos aqui. Vamos brigar por tudo porque estamos em um time grande, mas não pode dar mole no Brasileirão", destacou Emiliano.
Outro fator também justifica a escalação alternativa nesta terça-feira. Na próxima rodada do Brasileirão, já neste sábado, o Corinthians viaja a Barueri para enfrentar o Palmeiras. Será o primeiro duelo entre as equipes desde a final do Paulistão. Além de se tratar de um clássico, as equipes somam a mesma pontuação (quatro pontos) e continuam invictas na disputa. A ideia é também preservar alguns nomes (principalmente do meio-campo e ataque) contra o América de Cali para estar à disposição diante do maior rival.
Com a derrota contra o Huracán, na estreia da Sul-Americana, o Corinthians ocupa a terceira posição do Grupo C. Uma nova derrota nesta terça-feira pode complicar a equipe na tabela de classificação. A partida acontece às 21h30 (de Brasília), no estádio Olímpico Pascual Guerrero, em Cali.
Vale destacar que, com a eliminação precoce na Libertadores, o Corinthians tem um "rombo" no orçamento previsto com as competições. A diretoria corintiana previa que o time chegasse pelo menos às oitavas de final da Libertadores. Assim, o clube garantiria US$ 5,3 milhões (cerca de R$ 27,6 milhões) em premiação no torneio. Com a queda na terceira fase, o Corinthians levou somente US$ 1,1 milhão (R$ 6,3 milhões).
Para alcançar os R$ 27,6 milhões previstos com a ida às oitavas da Libertadores, o time corintiano terá de passar por todas as fases da Sul-Americana. Por exemplo, se o Corinthians cair na semifinal, vai acumular aproximadamente R$ 21 milhões somando as duas competições, ou R$ 23,5 milhões se tiver de passar pelos playoffs para ir ao mata-mata, ficando abaixo do valor previsto.