
Os gritos de "libera, libera" entoado por um pequeno grupo de torcedores no lado de fora do Estádio Bezerrão foram o único som que denunciou a realização de um treino da Seleção Brasileira nos arredores de Brasília, nesta terça-feira (18).
Sob pressão por conta dos maus resultados, o técnico Dorival Júnior optou pela distância, discrição e privacidade para definir a equipe para o jogo contra a Colômbia, na quinta-feira (20).
Brasil e Colômbia se enfrentam nesta quinta-feira (20), às 21h45min, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
A equipe de Dorival é apenas a quinta colocada da América do Sul, com 18 pontos, apenas um a mais do que o Paraguai, sexto.
A apenas dois dias do jogo, foi a primeira atividade do Brasil com grupo completo no Distrito Federal.
Sem Neymar, porém, há pouca margem para mistério. A tendência é de manutenção da base da reta final de 2024, com Raphinha, do Barcelona, como meia-atacante centralizado.
A preocupação da Seleção, porém, é menos em fazer suspense e mais em evitar um ambiente de badalação em um jogo em que um resultado negativo pode criar turbulências para o Brasil nas Eliminatórias.
— O que está tendo aí no Bezerrão? — perguntou o motorista de aplicativo que transportou este repórter ao local do treino, situado em Gama, cidade-satélite de Brasília, a 40 quilômetros da capital federal, em uma região com pouca circulação de pessoas.
Blindagem
É, de fato, incomum, em jogos da Seleção no Brasil, que os moradores não saibam do local e do horário dos treinos.
Essa discrição ficou ainda maior após os 15 minutos iniciais da atividade, quando a imprensa foi convidada a se retirar. A blindagem é considerada uma aliada no momento de pressão.
— Todo mundo que veste a camisa da Seleção está acostumado com pressão, é normal para a gente, você tem que matar um leão por dia. Não importa se é aqui ou no nosso clube. A gente veste a maior camisa do cenário do futebol mundial, temos que estar prontos para isso — disse o volante Bruno Guimarães em entrevista coletiva.
Estratégia
Como vários jogadores chegaram apenas entre a noite de segunda (17) e a manhã de terça (18), apenas agora, dois dias antes do jogo, o técnico Dorival Júnior pode começar a treinar estratégias para surpreender os colombianos.
— Temos pouco tempo para combinar as ideias. Então é fazer as coisas mais ali dentro e conversar para melhorar. Quando a gente tiver mais tempo, vai ajeitar. Sabemos o que precisamos melhorar — afirmou o o volante.
Bruno Guimarães também ressaltou que a Seleção passa por um processo de reformulação.
— Em toda convocação trocam seis ou sete jogadores, e essa foi uma das convocações com menos trocas. Mas a Seleção vem melhorando. E, no momento que a gente vive, o importante é fazer os pontos para a gente ganhar confiança — completou o volante.
Escalação
O provável time da Seleção tem Alisson; Vanderson, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Guilherme Arana; Bruno Guimarães e Gerson; Savinho, Raphinha e Vinícius Júnior; Rodrygo.