A primeira medalha do Brasil no Circuito Mundial de Judô em 2025 é da Sogipa. Neste domingo (2), Leonardo Gonçalves conquistou a medalha de prata da categoria meio-pesado (até 100 kg) do tradicional Grand Slam de Paris, na França, um dos mais importantes campeonatos da modalidade.
Leonardo que foi bronze por equipes nos Jogos Olímpicos em 2024 retornou à capital francesa para obter o principal resultado de sua carreira em um evento do circuito. Anteriormente, ele somava dois ouros no Grand Prix de Linz, na Áustria, competição que distribui 700 pontos no ranking mundial ao campeão, enquanto o Grand Slam contabiliza 1.000 pontos ao medalhista de ouro e 700 ao vice-campeão. Apenas os Jogos Olímpicos, o Campeonato Mundial e World Masters ofertam pontuações maiores.
Por ser um dos cabeças de chave, a caminhada do paulista de 28 anos começou nas oitavas de final. E seu primeiro adversário foi o japonês Koki Kumasaka, que foi superado no golden score (desempate), após Leo encaixar uma chave-de-braço.
Nas quartas de final, o atual número 13 do ranking mundial encarou o ucraniano Anton Savytskiy. A definição da luta aconteceu outra vez no golden score, quando o brasileiro lutava com uma desvantagem de duas punições contra nenhuma do rival e caso sofresse a terceira perderia o combate. Mas após três minutos e 18 segundos de prorrogação, além dos quatro minutos regulamentares, o judoca da Sogipa conseguiu um waza-ari e se classificou para a semifinal.
Em busca de vaga na decisão, Leonardo Gonçalves enfrentou um velho conhecido, o português Jorge Fonseca, bicampeão mundial da categoria em 2019 e 2021 e bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio, e que havia sido derrotado pelo sogipano na disputa do ouro do Grand Prix de Linz em 2024.
Além da decisão do título na Áustria, os dois já haviam se enfrentado em outras três oportunidades e o retrospecto estava empatado, com duas vitórias para cada. Neste domingo, Leo conseguiu levar a luta para o solo, onde é fortíssimo, e ao encaixar uma chave-de-braço superou o português quando restavam 58 segundos de disputa.
Na decisão, o rival foi o russo Dzhafar Kostoev, que defende os Emirados Árabes Unidos desde 2022, prata no Grand Slam parisiense em 2023 e que eliminou o brasileiro na Olimpíada disputada na França.
Kostoev começou o combate buscando o ataque e logo nos 40 segundos iniciais a luta foi para o solo, mas o atleta dos Emirados conseguiu sair. Logo depois, o árbitro puniu os dois judocas por falta de combatividade e, a seguir, o brasileiro mais uma vez foi para o chão, mas o rival voltou a escapar.
A tática do judoca da Sogipa era a de buscar a luta de solo, enquanto Kostoev defendia o máximo possível até encaixar um contragolpe e vencer por ippon com apenas 15 segundos para o final da luta.
Demais brasileiros em Paris
Outros três judocas do Brasil competiram neste domingo na França. No meio-médio (até 81 kg) masculino, Luan Almeida, de apenas 19 anos, fez sua estreia no Circuito Mundial vencendo Lova Randrianasolo, de Madagascar, após pontuar com dois waza-ari.
Mas nas oitavas de final, ele acabou superado pelo belga Matthias Casse, bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e campeão mundial em 2021. Em uma luta equilibrada, o brasileiro foi derrotado por waza-ari aos 55 segundos do golden score.
Na mesma categoria, Gabriel Falcão saiu atrás em duas punições contra o francês Alpha Oumar Djalo, buscou o empate, mas recebeu a terceira penalização por falso ataque e se despediu após dois minutos de desempate.
Outro medalhista olímpico por equipes, Rafael Macedo acabou eliminado em sua primeira luta, válida pelas oitavas de final. Cabeça de chave número 1, ele foi derrotado pelo sul-coreano Jong-hoon Kim, que conseguiu um ippon no golden score, quando o judoca da Sogipa já tinha a desvantagem de duas punições.